escritos

escritos

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

#forçachape

            É sempre doloroso ver partir pessoas jovens, ainda mais se estão no auge da carreira, do sucesso, em direção reta e veloz ao mais alto posto de seus ofícios. Mas aqui me vem uma comparação a um dizer que sempre carrego comigo, como uma forma de consolo: sair da festa quando está no melhor dela. Não no começo, quando ainda não experimentamos os sabores da diversão; não no final, quando somente há no local os cansados, bêbados e pessoal da limpeza a expulsar os que ainda incomodam com suas bebedeiras exaustivas e desnecessárias. Mas naquele momento em que você pode guardar para sempre as boas histórias, os instantes de brilho e luz, compartilhados com quem se gosta, com seus companheiros de festividade.
            Acho que o que aconteceu foi mais ou menos isso. Todo um time, em busca de seu maior triunfo, soube se retirar de forma a fazer mais história do que um título que próximo ano seria de mais um. Certo que é um feito imenso, visto a integridade de caráter do seu adversário de esporte. Mas os títulos que acumularam, como melhores filhos, melhores, pais, melhores irmãos, melhores esposos, maior alegria de toda uma cidade, de todo um país, esses títulos não serão de mais ninguém. Eles, todos eles, serão sempre lembrados como os maiores campeões não somente dentro de campo, mas também como campeões em alegria, em dignidade, em simplicidade e em elegância, por saberem se retirar da festa em um momento que nunca passará, nunca será de outros.
            Fica a marca da alegria, da união, da mensagem mais do que oportuna, na situação em que o país está, que é com honestidade que se chega longe. E que o jeitinho que se dá para tudo não leva a lugar nenhum a não ser a uma realizaçãozinha momentânea, de cunho totalmente material.
            Deus já recebeu todos na Sua casa. Já está cuidando para que todos recebam o melhor tratamento, sejam bem adaptados na nova morada, onde poderão desfrutar da maior felicidade que um espírito pode desfrutar, que é a liberdade eterna, onde poderão correr, jogar, viver no bem que sempre pregaram e acima de tudo, poderão ajudar os que ficaram na penosa atividade de carregar corpos tão pesados e doloridos, mas que precisam ser levados adiante para que um dia seus ocupantes também cheguem pelo menos perto de anjos tão iluminados, tão risonhos, tão elegantes!
            Ficamos com a certeza de que agora que estão livres, poderão nos ajudar ainda mais do que já nos ajudaram, com amparo material e fraternal e especialmente com o brinde das suas alegrias, proporcionadas por momentos fantásticos, onde ficávamos embevecidos e felizes a torcer mais e mais por quem nem conhecíamos, mas já sentíamos como sendo tão próximos.

            Obrigada. Não temos muito o que dizer. Temos muito o que sentir. E o sentimento sim é o verdadeiro código fonético entendido no dialeto da saudade. Continuamos a acreditar em todos pois, mais do que nunca  sabemos que agora todos poderão nos ajudar e nos alegrar muito mais, por estarem livres e com as bênçãos de Deus para fazer o que vocês mais sabem: nos fazer felizes, nosso fazer sorrir! E só temos a agradecer... 

sábado, 15 de outubro de 2016

Desabafo

As pessoas acham que podem dar seus chiliques e todo mundo tem que aguentar. As pessoas acham que ninguém tem os problemas maiores do que os dela. Elas são as únicas que têm razão em tudo e são as únicas que devem ter o direito de ficar em processo de luto e macambuzias por algo que está preocupando-as. Porra, olhe para o seu lado. Veja o quanto de pessoas que estão com problemas bem maiores e muitas vezes ainda conseguem se preocupar com o outro e ostentar um sorriso, ainda que lhe doa a alma. “Eu vou entrar em processo de luto porque eu não consigo viajar, não consigo ir para o show de fulano. Tenho que ir para o show da fulana, porque na hora que ela me olha, eu percebo o quanto que ele é humana e gosta de mim, ele é pura bondade”. Vai crescer! Os artistas são construtores de sonhos, são acalentadores de alma e uns cumprem mais ou menos essa função. São espetaculares quando trabalham com o coração, mas dizer que o fulano olhou pra mim e me passou mil mensagens num olhar e que a partir disso eu sei que ele gostou de mim, passou toda a humanidade através desse olhar, aí é loucura. E se a gente for dizer algo contrário ao que esses babacas pensam, aí nós é que somos errados, somos insensíveis, não conseguimos ser sensíveis o suficiente para perceber isso, somos monstros de pedra!

         Fiz uma grande besteira emprestando uma grande quantia de dinheiro a uma pessoa que desorganizou a minha vida financeira por conta disso. E já disse isso à própria. Mas aprendi. Nem por isso vou deixar de ajudar alguém quando meu coração mandar, claro que temos que ter cuidado, porém a minha humanidade ainda está latente. Não quero embrutecer, não quero achar que o homem não tem jeito. Acho sim que devemos pisar com cuidado, mas devemos pisar. Não podemos deixar de ter dentro de nossa alma aquela chama de amor, de paixão e compaixão. E fico muito triste ao constatar que tantos e tantos colocam seus próprios interesses à frente de tudo, pois quando os agradamos, tudo são flores e tudo está bem. Mas a partir do momento em que somos nós que precisamos, todos os corações se petrificam. Somos recebidos com resmungos e muito, mas muito mau humor. Eu não tenho culpa porque alguém não é bem resolvido, não tenho culpa das suas mágoas. Estou aqui para ajudar no que puder e faço isso de coração, mas não me humilhem quando eu precisar de você. E espero sinceramente nunca mais precisar. Peço que Deus mostre o caminho a seguir, como tem mostrado por toda a vida e continue nos abençoando, nos orientando a fazer o bem sem olhar a quem porque, como disse o vendedor de desinfetantes que ajudou a empurrar o carro hoje, estamos aqui para ajudar uma aos outros. É isso mesmo. Senão, nada faria sentido. 

Cresça e apareça

Não entendo as pessoas. Não entendo porque todos querem que suas vontades sejam plenamente satisfeitas em detrimento da vontade dos outros. Por que eu tenho sempre que me rebaixar e me abaixar para deixar o próximo contente se eu mesma não estou contente? Não se pode agradar a todos e aqui vale aquele velho jargão: Nem Jesus agradou a todos, então porque eu tenho que agradar? Procuro sim seguir dentro um caminho reto, sem confusão e graças a Deus dentro do meu lar consigo. Chegamos a uma conclusão que todos os nossos problemas na realidade são problemas dos outros, que respingam em nós muitas vezes sem termos nada a ver com a coisa. Sabe aquele história de entrar na confusão sem nem saber o porquê nem como? E o pior: muitas vezes queremos ajudar, mas o orgulho, a presunção alheia não nos deixa trabalhar direito ou faz com que as pessoas coloquem seus super egos (e aqui não entra a definição da psicologia, e sim ao tamanho do ego de cada um) à frente de tudo e querem porque querem que seus desejos sejam prontamente atendidos, mesmo que para isso saiam quebrando coisas dentro de casa (ou não) e dando chilique à vontade, como se fossem os indivíduos mais injustiçados da face da Terra. Meu povo, cresçam. Vocês não podem ter nem ser tudo o que querem simplesmente pelo fato de vocês não viverem sozinhos. É preciso respeitar o espaço e a vontade do próximo também claro que não vamos nos deixar esmagar, mas devemos ter em mente que viver numa sociedade é fazer concessões para se chegar a um equilíbrio. Não é porque eu penso X que não existe o Y. eu posso achar que estou certa, mas a convivência e o resultado dela vai me dizer se estou num caminho lega ou não. Se vivo em paz, se consigo entrar e sair de todos os lugares, é um bom sinal de que estou com a consciência tranquila por estar fazendo (ou pelo menos tentando) fazer a coisa certa. Trabalhem-se para aguentar o outro também, afinal casamento não é só um acordo entre duas pessoas. Podemos dizer que vivemos casados com o mundo e por isso mesmo temos que nos trabalhar e nos esforçar para viver bem com o nosso “companheiro”. Não sei qual é a razão de se fazer diferente. Fico com muita pena daqueles que desistem, que caem e entram no jogo de quem quer ver as coisas do seu jeito, que querem tudo e todos só para si e esquecem da solidariedade. É um problema tão sério que até tentando fazer o correto, ainda há quem apedreje e condene. Não é para ser assim. Não é uma questão de tomar partido e sim de dar razão a quem tem e quem estiver fazendo o errado ou o mal que aguente. Tudo o que se planta, colhe-se. Tudo o que fazemos para o outro, volta, muitas vezes multiplicado. Cuidado. Devemos lutar pela nossa paz sim, mas sempre levando à frente o conceito de solidariedade, de caridade e não aquela caridade material, mas aquela que dá muito mais trabalho de exercer, que é a caridade espiritual... Não se pode sair pisando em ninguém, querendo ser o “top”, o melhor de tudo, porque não somo os melhores. Na verdade, dentro do universo, não somos quase nada. Somos tão pequenos que dependendo do ponto de vista, tornamo-nos invisíveis e totalmente insignificantes... Assumir essa pequenez e trabalhar na direção do crescimento interior é o grande lance para tornar-nos visíveis e significantes, grandes aos olhos de quem realmente interessa e não aos olhos de quem está na mesma situação que a gente. Quem é você para pensar que pode ser melhor do que qualquer outro? Não é preciso impressionar com bens materiais, quando você não sabe o que é ser bom, o que é viver em paz, viver sem ódio, sem rancor, enfim, quando você não sabe o que é ser gente! Vá ser gente de bem, gente que ajuda gente, que não dá motivos pra te denegrirem nem dizerem uma só palavra de mau gosto sobre você! Cresça! Busque ser bom , busque seu crescimento interior, não ache que só você tem a razão de tudo e em tudo, porque você não tem, porque você não é nada! Você está aqui neste planeta para aprender, para crescer enquanto ser humano, então não jogue fora a sua vaga nessa escola, porque ela custa muito e pode ser que quando você queira retornar para a sala de aula você não consiga ou pelo menos não consiga tão fácil como conseguir desta vez. Pense em como você pode ser melhor, pense em coisas boas, tenha bons fluidos a espalhar, porque ninguém quer chegar perto de quem não tem nada bom a oferecer e não estou falando de nada material. Já vivemos num mundo tão cheio de problemas, se você for colaborar para a existência de mais coisas ruins, você nunca será ajudado. Dê o primeiro passo no caminho certo e se ajude com sua boa vontade, busque-a, que você foi feito para amar e ser amado. Mas cresça! Lembra daquele ditado? Cresça e apareça!

domingo, 11 de setembro de 2016

Pra que servem os filhos

Filhos são uma dádiva de Deus. São bençãos. Continuação do meu nome. Herdeiros de meu suor. São isso e aquilo tudo que a gente já ouviu falar. Mas sinceramente, os meus filhos vieram resolver uma questão freudiana minha bem antiga: a autoestima. Não que eu fosse a cara da depressão, mas eu realmente passei por algumas situações na minha adolescência e início de fase adulta que me levavam a questionar se alguém poderia me amar de verdade algum dia. Por que aquele rapaz pelo qual eu era morta de apaixonada não deu bola pra mim (desculpa aí a expressão, sou anos 80/90). Abrindo bem o coração, porque eu não me sentia capaz de conseguir o cara desejado. Por que ia pra festa e às vezes não ficava com ninguém (se bem que eu queria era dançar mesmo). Comecei a voltar minha energia para outras coisas ao invés de procurar alguém, e pensando bem até que isso foi necessário. Estudei. Ralei. Lutei. E conseguir chegar num lugar decente, bem remunerado. Enquanto isso acontecia conheci o pai dos meninos (já falecido) e ele foi o primeiro que me mostrou que eu era capaz de ter o que eu quisesse em matéria de sexo oposto, dado o ciúme que dizia sentir. Eu não poderia acreditar em outra coisa, mas não engolia. Aí vieram os filhos. Primeiro o menino, a cópia fiel dele. Muito amor envolvido, muita dedicação, amamentação até dois anos e um mês. Meu primogênito. Ele me provocou um sentimento de gratidão imenso pelo pai, que além de ter me dado aquele presente, ainda estava comigo, lutando, batalhando pra sustentar a pequena família com dignidade e conforto. Não se falava em outro filho, a copiazinha estava de bom tamanho, tinha ido pra UTI quando nasceu, por algumas horas e filho tá difícil de criar, quero dar tudo pra ele e tal. Mas Deus, na Sua infinita sabedoria, ainda precisava resolver o MEU problema. Ainda precisava me mostrar pra que realmente servem os filhos. O do meu esposo estava bem resolvido, então era a minha hora. Lá vem a minha filha. Pelo amor de Deus, dezoito dias de UTI (meus filhos fazem essa gracinha quando nascem!), muito cansaço, idas e vindas ao hospital, morri. Foi a gravidez e parto onde minha doença se exarcebou, embora eu não tivesse ainda o diagnóstico. Mas filha, não entenda mal, eu precisava de você para passar por isso e você foi e é de uma ajuda preciosa na minha evolução, os dois são. Então, não ficou somente na questão da doença. Ela nasceu parecida com a família do pai sim, mas aí meus genes entraram em ação! Afinal era sexo feminino, eu tinha que dar minha contribuição de peso! E dei. A menina realmente parece com eles. Mas tem muito mais de mim. E eu comecei a me ver nela. E eu comecei a amar demais. E eu comecei a resolver o meu velho problema de autoestima. Sabe por que? Porque eu percebi que vou ter sérios problemas de rapazes atrás dela. Ela é caprichosa, não dá mole não. Só se relaciona, inclusive com amigos, com quem pode estabelecer uma relação de crescimento, saudável. Sabida. E a cada dia que passa eu fico mais agradecida aos céus por ter me respondido através dos filhos. Se alguém (inclusive eu, claro) pode amar tanto essa garota, pode correr atrás dela, pode mover mundos e fundos por ela e ela parece comigo... Então eu também não era de jogar fora. Digo era porque é claro que o tempo passou, sou adulta, beirando os quarenta e não tenho mais o frescor da minha filhota. Mas através dela eu descobri que ainda tenho algum charme, porque tenho o meu companheiro hoje, que sei que me ama muito e faz o que pode e o que não pode por mim e por eles. E sabe o que ele diz? Que eu ainda sou uma mulher linda....

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Amigos

Amigo é um tesouro inestimável. Você com certeza já ouviu falar várias coisas de amigos, frases bonitas, música, poesia. Mas só quem tem sabe o verdadeiro valor da coisa. E quando você tem amigos aqui na Terra e no Céu, ahhhh, você é um felizardo! Muito embora eu seja da crença que todos temos os nossos anjos da guarda, basta chamá-los quando precisamos e quando queremos agradecer também. Se você está se chando sozinho, se caha que ninguém pode ajudar ou se está precisando muito de algo, acredite no valor de um amizade. É incrível como a partir do momento em que colocamos nossa energia pra funcionar em busca de alguém, recebemos a dádiva, de onde nunca esperamos. Mas o que importa é que chega, é que somos socorridos. Então, se você tem amigos com que possa contar ( e se você procurar direitinho você tem!), agradeça aos céus e a ele sempre, pois é com ele que você pode contar. Mesmo que ele ou eles não seja(m) daqui da Terra. Pense que tem sempre alguém torcendo por você e cuidando para que você fique bem. E se você acha que não tem, trate de procurar. Garanto que você não vai demorar muito para achar. 
Um abraço!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Dooooooooorrrr

Está difícil de aguentar. A cada dia que passa ela está mais malvada. Dói, dói, dói. Tem dias que consigo pensar nela como uma vizinha chata, ou aquele companheiro de trabalho pentelho. Tem dias que eu vejo dores maiores e me envergonho. Mas não sou robô, não sou de ferro e a sinto. Estou cansada. Muito cansada. Todo o meu ânimo para trabalhar, sorrir e brincar hoje está ausente. Hoje estou de luto por tudo o que gosto de fazer e não posso. Pelas correrias do dia a dia, pelo trabalho aposentado, pela academia, pelo namoro com o companheiro, pelas andanças de moto, pela velocidade do carro, pela música alta, pelas dançadas noite afora, pelas viagens, pela saudade de tudo o que sempre gostei de fazer. Quem me ama diz que vai passar, que é só fase.Mas HOJE não estou conseguindo enxergar a coisa assim. Não é uma fase, é uma piora é um câncer que a cada dia vai acometendo mais partes do meu corpo, me dizendo que não tenho mais o direito de ser quem sou. E haaaaaja remédio. Pra quê? Pra daqui a pouco passar o efeito e começar tudo de novo? Minha árdua escolha: ou tomo remédio ou tomo remédio. Pra que tratamento? Ela é progressiva, ela é cruel. De acordo com o que creio, estou passando por isso por escolha própria e porque sabia que ia aguentar. Mas sabia que ia tropeçar e me sentir como hoje também. Sabia que era passível de sentir tristeza, desânimo, cansaço...
NUNCA mais reclame do seu trabalho do seus afazeres de casa, das suas obrigações. Se você as tem é porque é capaz de fazê-las, tem forças e capacidade para isso. Eu sei que acredito na minha tríade (não é em ninguém que amo, tenho assistência médica e tem alguém com um problema maior do que o meu), mas HOJE, minha tríade não está conseguido acalmar meus músculos, ossos e nervos extremamente doloridos. Eu sei que não posso desistir, eu sei que vou melhorar.Mas estou sentindo AGORA uma dor excruciante. E não sei o que fazer...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Minha amiga

                Na vida, encontramos pessoas fantásticas, outras nem tanto. Algumas valem muito a pena guardar no coração, outras apenas deixamos de lado e não nos incomodamos mais, porque de nada serva alimentar raiva senão para fazer mal ao coração e à mente. Conhecemos pessoas que lutam por seus ideais, pela sua família, pela sua saúde, isoladamente ou por tudo isso. Eu conheço uma pessoa assim. Ela é mãe, esposa, professora, paciente, dona de casa, enfim, tudo o que se pode esperar de uma mulher que apesar de todos as batalhas, vence cada uma delas e ainda tem tempo e cabeça para ouvir e aconselhar quem está sofrendo ou com algum problema por vezes até pequenos, mas que na visão dela, se estão incomodando, merecem ser ouvidos e resolvidos.
         Ela me ensinou muita coisa nesse caminhar da minha doença. Eu sei, existem outras que podem desempenhar o mesmo papel, mas ela se tornou especial por carregar um fardo que maltrata tanto, que pode desestruturar famílias, como o câncer. Ficou carequinha, linda, ficou cheinha, com certeza sofreu os efeitos colaterais do tratamento agressivo para esse agravo, mas soube confiar em Deus para poder voltar para a sua família sã e salva, a fim de dar continuidade à missão de cuidar de sua família. Seu filhinho, hoje um rapagão lindo, estudou com o meu filhinho (que também está imenso hoje) e quando olho pra ele me dá saudade dos tempos em que tinha filhos pequenos, do meu falecido marido e da vida que a gente levava, de um tempo de tranquilidade em que a minha preocupação maior era trabalhar para ajudar no sustento dos meus filhos e cuidar deles intensivamente, porque dependiam em tudo de mim. Morávamos num apartamento pequeno, tínhamos um carrinho, mas tanto eu quanto ela tínhamos nossas vitórias diárias e isso nos fazia feliz. Não que hoje esteja ruim, de modo algum, hoje a vida realmente está muito boa, graças a Deus, com toda luta, mas graças a pessoa como ela, a labuta se torna mais doce, mais leve, porque ela sabe o que dizer e quando dizer. Posso até não ter o contato diário, mas é alguém que sei que posso contar para me emprestar um ombro quando estiver cansada e também pode rir comigo.
         Só tenho a agradecer por toda a torcida dele por mim que ela siba que eu e minha família a guardamos e à sua família no nosso coração. Do mesmo modo que sei que posso contar com ela, quero que ela saiba que pode contar comigo. Quase todos os anos o nosso ponto de encontro é o aniversário dos meninos. E que depois, quando se tornarem mais independentes ainda, que continuemos anos encontrar para colocar a conversa em dia, como se tivéssemos nos visto semana passada.
         Obrigada, Francisca. Espero que esse pequeno texto consiga traduzri todo o meu sentimento de gratidão, de amor, de carinho de tudo de bom que achoo que você é. Obrigada pelo exemplo de vida e fé. E jamais esqueça que estamos aqui, eu e minha família, para o que der e vier.

         Fique com Deus. 

domingo, 31 de julho de 2016

Pessoas

Estive observando os acontecimentos desse final de semana e realmente... as pessoas não têm noção. Certo que somo um bando de aprendizes neste planeta, que estamos em constante processo de crescimento, mas por isso mesmo deveríamos procurar os bons caminhos para que nossa trilha aqui seja exitosa. O problema é que ninguém escuta ninguém. Pais não escutam filhos, filhos não escutam pais, irmãos estão sempre em guerra fria ou declarada e por mais que tentemos mostrar e provar por A mais B que uma solução é viável para todos, não somos ouvidos. Não estou querendo dizer com isso que uns são donos da razão e outros devem apenas abaixar a cabeça e obedecer cegamente. Mas o diálogo deve estar sempre aberto e quando demonstramos até cientificamente que estamos na orientação cera, acho que as pessoas, especialmente aqueles que nos são caros, deveriam nos dar uma chance e nos escutar.
         É incrível como não nos escutam. É incrível como a vida bate na cara mil vezes, diz que os cristãos estão errados e dá sempre mais oportunidades e mais incrível ainda é como essas oportunidades não são aproveitadas! O orgulho, ah, o orgulho, essa chaga preta, negra, que corrói a alma do homem, faz bater no peito e dizer que “estou certo e não vou fazer isso, vou fazer aquilo, do meu jeito!”. Aí a porrada acontece e ninguém se lembra do orgulho. Fico danada porque por mais que a pessoa leve essas porradas, não enxergam e assumem seus erros. Volto a dizer: não sou perfeita e me incluo nesse roll de ignorantes, mas juro que tento melhorar. Acho que por isso vivo em paz. Gente caduca, gente nova, gente de todas as idades querem impor seus desejos, suas vontades mesquinhas e não aceitam um conselho de alguém que realmente se importa. Por quê?
         A única explicação plausível que encontrei está justamente nessa nossa sala de aula. Nem todos têm o mesmo rendimento, nem todos querem realmente tirar o dez e passar de ano. E pior, querem, mas querem fazer do seu jeito, através do orgulho e da presunção, da ignorância e quando são reprovados, acham que o professor foi injustoe que estão de marcação com eles. Parece conversa de primário, mas é exatamente isso que somos: alunos de primário, de jardim da infância. Enquanto não encararmos nossos defeitos e limitações e nos entregarmos de corpo e alma a essa aula, para estudar e apre-ender, vamos ficar de recuperação e reprovados. O bom professor ensina e cobra. Ele diz qual o caminho certo, diz como as coisas se comportam e como funcionam. Cabe somente a nós apreendermos e aplicarmos esses conceitos na prática de nossa vida diária.  E o bom professor se importa tanto com a gente que não nos deixará seguir para a série seguinte sem que tenhamos o mínimo de proveito nas disciplinas. Não seria justo com quem se esforça, com quem estuda mais e quer alguma coisa. Ele não faz isso porque nos detesta ou está “de marcação” (é o novo!), mas porque quer que sejamos gente, que sejamos fraternos e humanizados. Esse professor tem vários nomes. Uns chamam Deus, outros Jesus, outros Alá. Pode até ser chamado simplesmente de vida. Mas isso realmente não importa. O que importa é o conhecimento que ele nos passa e que teimosos que somos, insistimos em dizer que já sabemos e que não deveríamos estar em uma série tão involuída. Mas quando percebemos o quão mesquinhos e pequenos somos, caímos na real de modo tão doloroso que nos envergonhamos das asneiras que dissemos.
         Sei que estou escrevendo isso mais como uma forma de desabafo do que para fomentar uma discussão. As pessoas realmente não querem parar para ler um texto tão pouco atraente para elas. Tem muito mais assuntos interessantes, como cabelo, moda, sexo e festas para ser discutido. Mas não desisto. Quem sabe um dia alguém leia, goste e passe a discutir as ideias desse blog tanto comigo quanto com outras pessoas. Não quero ser a youtuber do momento, não quero ser a blogueira de sucesso. Queria muito apenas encontrar pessoas com quem pudesse trocar opiniões para saber se estamos no caminho certo, pelo menos tentando.  Então, se você está lendo e concorda, quer trocar uma ideia, passe adiante. Responda aqui. Não acredito que estou sozinha nesses meus pensamentos, não queria estar. Acredito na diversidade em todos os seus sentidos. E acredito no amor, na paz. Acho que para tudo se tem um jeito. Não sou positivista. Positivista é o oposto de negativista, ou seja, aquele que vê tudo ruim. Não vejo tudo bom e lindo. Sou entusiasmada. Acho que por mais difícil que seja a coisa, dá pra gente resolver, superar, enfim, enfrentar. Minha doença me ensinou muito. Queria muito dividir isso com alguém, conversar com pessoas de outros lugares, pra saber o que pensam, se estou mais ou menos no caminho certo. Então vamos lá. Deixe sua opinião. Abraço!

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Socorro

É certo que devemos ajudar as pessoas. Sou plenamente a favor de fazer o que pudermos para tirar alguém de um sufoco, dar uma mão a quem precise, encorajar algum desanimado. Mas sou plenamente contra o abuso. E afirmo convictamente que a partir do momento em que estamos nos sentindo incomodados ou prejudicados em ajudar alguém porque este alguém está abusando de nossa boa vontade, estamos prejudicando as pessoas que mais devemos amar no mundo: nós mesmos. Não é certo dar o peixe, segundo um dos ditados mais antigos que existe; ensine a pescar. Não é certo que passemos por cima de nossas vontades (desde que lícitas) para satisfazer o outro, E a gente, como fica? Tenho o maior prazer do mundo em ajudar seja lá quem for, e quando digo que pode contar com alguma ajuda que eu possa dar, é porque vou fazer algo que não vai me massacrar ou me deixar no mínimo desconfortável. O grande problema ocorre quando as pessoas abusam disso e acham que podem dizer, fazer e pedir o que bem lhes veem à cabeça, porque tenho a obrigação de satisfazer seus pedidos. Não é assim. Defendo demais a colaboração, a solidariedade, mas desde que faça bem a ambos, a quem faz e a quem recebe. A partir do momento em que uma das partes não está se sentindo bem, não se trata mais de atenção ou ajuda e sim de abuso e dos mais cínicos que existem. E entenda-se por uma das partes a pessoa que está ajudando, nunca a que é beneficiada. Não desisto da benevolência, da empatia, da solidariedade, do "pode contar comigo", do amor e justamente por não desistir especialmente desse último é que não permitirei mais que espertinhos abusem da minha boa vontade, porque quem tenho que amar primeiramente e antes de tudo SOU EU! Tenho dito. 

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Decepção

Ando extremamente decepcionada com as pessoas.  É incrível como impera a política do puxar brada para sua sardinha, os primeiros os seus, qualquer ditado que se traduza em egoísmo e falta de atenção ao próximo. Hoje alguém que me fez passar por muito aperreio por não me ajudar quando precisei, precisou de mim. Claro que não ia esfregar na cara, mas deveria, porque a pessoa nem se tocar do que fez se toca. Mas ajudei mesmo assim e não foi com má vontade não. Quisera eu sentir raiva ou rancor, ou falar tudo o que quero falar, mas não consigo, não sei se felizmente ou infelizmente. Outra pessoa que me esmagou anteriormente também me procurou. E ao final disse que eu era "diferente"... espero que isso seja um elogio e não o contrário, como a palavra sugere. É incrível como o senhor mundo dá voltas, pessoas vão e vem, separam-se e depois reencontram-se. Quisera eu não abraçá-las, não perdoá-las, porque na hora da dor, dói muuuuito. Dói na alma. E de dor eu entendo. As pessoas só acodem aqueles que realmente interessam acudir ou se tiverem algum benefício grande em troca, pois não adianta você ajudar com pouco não. Tudo é dificuldade. É mais ou menos assim: se você sente dor e eu tenho acesso ao remédio para aliviar sua dor, eu posso até arranjar se o remédio estiver desfilando na minha frente e cair de bobeira na minha mão. Aí eu me lembro: "é, fulano precisa disso; vou levar UM." Mas se sou eu que sinto a dor, nem que o remédio esteja lá na prateleira do inferno, eu subo (ou desço) e vou atrás de pegar. Nem que a minha dor não chegue nem aos pés da sua. Sofro muito, mas muito de dor. Quem tem o meu problema, sabe o que eu falo. E pessoas me ajudam sim, mas é incrível a má vontade ou as lições de moral que já recebi; o quanto que tive que escutar porque alguém estava me dando algum remédio;o quanto tive que esperar, pagar, ficar devendo favor e me submeter a situações porque recebi a ajuda (ajuda?). Quanta cara feia e quanta humilhação. Mas eu entendo. É porque não é neles que dói, ou na mãe, no pai, no filho, no marido ou esposa. Nem no "amigo" endinheirado. E descobri também que é de onde menos se espera que saem as decepções. Mas a doença está me ajudando a conviver com isso. Eu não devo mais pedir ajuda, a menos que seja uma coisa muito pequena. Os problemas e as dores fortíssimas, deixa que eu aguento, porque são meus. Estou muito decepcionada, mas tenho amor perto de mim, quem está ali comigo procurando qualquer coisa que me alivie, nem que seja um escalda-pés. Tenho minha família, coisa que muitas dessas pessoas não tem e dou muito valor à minha, pois minha origem está ali, é de onde vim, com ou sem defeito. Então, a cada dia, vou repetindo o mantra de não aperrear ninguém, pois ninguém tem a obrigação de me ajudar. Agradeço demais aos que estão comigo na luta e não desistem, assim como eu já tive vontade de desistir e descer do ônibus. São meus anjos da guarda. Essa decepção vai passar, toda mudança proporciona alterações e às vezes demoramos um pouco para se acostumar,

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Minha juventude perdida; velhice encontrada

Às vezes acho que perdi a minha vaidade. Perdi a minha juventude. Perdi todos os encantos, que já não eram muitos. Sempre fui uma pessoa de ficar quieta pelos cantos por não ser dona de uma beleza que chamasse a atenção, nem que fosse um pouco. Mas percebi, semana passada, que o pouco que eu tinha, já se foi. Passo hoje por uma senhora mais velha, sem nenhum atrativo que possa chamar a atenção de seu ninguém. Não que esse fosse um objetivo de vida, ou que eu me sinta magoada por isso. Não. É apenas um comentário, de como a vida da gente evolui e aqueles jovens que pensam que podem tudo e que sabem tudo devem ter esse cuidado, de não quererem ser os donos da razão. A vida passa, a beleza vai embora e as rugas ficam. O rostinho sem marcas, o bumbum durinho, tudo é substituído. E aí a gente tem que buscar novas formas de se gostar. E é justamente aí que acontecem as mais diversas bizarrices: é gente velha se vestindo como adolescente, é plástica por cima de plástica e às vezes com resultados escabrosos e por aí vai.
                É nessa fase que, teoricamente, já devemos estar com alguém que nos aprecie do jeito que somos. Que viveu junto com a gente nossos melhores momentos de juventude e hoje tem muita história pra conversar. Não estou dizendo também que devemos colocar uma burca para sair na rua ou que não devemos fazer um conserto aqui ou ali se não estivermos satisfeitos. Condeno os excessos. Até porque a partir de agora, estamos entrando numa idade em que é bonito ser exatamente o que somos, devemos nos tratar para conservar o que somos. Mas não buscar mais aquelas características juvenis, pois pareceríamos ridículos. Não adianta querer ter o corpo de 18 anos. Temos mais é que cuidar do corpo de 38. Temos mais é que amadurecer nossa mente, pois isso é o realmente importa agora. Sem ser piegas, nessa fase o mais bonito e encantador que temos é o espírito, que não precisa envelhecer, apenas amadurecer. E se não temos ao nosso lado aquela pessoa que nos acompanhou desde sempre, sem problemas. Podemos viver sem isso ou quem sabe, com toda a nossa beleza interior, encontremos esse alguém agora, mas sem fazer disso uma obsessão. O que interessa é a nossa vontade.

                Fui comprar fivelas para a minha filha e perguntei à vendedora o que ela achava de um determinado acessório que escolhi para mim. Ela disse que na idade que eu estava, eu poderia usar o que quisesse. E pensando bem, ela tem razão. Sou adulta, tenho o meu salário, pago as minhas contas e impostos, não dependo de ninguém. Sou viúva, amo demais minha família, gosto de artesanato, entre outros hobbies, como ler, e adoro me transportar para outros mundos ouvindo música. Gosto de ver um bom filme com meu amor do lado. Então, tenho tanta coisa que tantos e tantos brigam para ter, que não me importo se não tenho mais o bumbum durinho ou não posso dar tchau de braços abertos. Tenho muitas outras coisas bem mais interessantes a oferecer. E besta é quem não quer. Falei e disse. 

sábado, 26 de março de 2016

Planos

É bom fazer planos. Mas quando tem algo que insiste em te atrapalhar é que vc percebe o quanto se deve dar importância aqueles ditos populares, como "não deixe para amanhã o que pode fazer hoje" e "viva o presente". Não sou muito de livro de auto ajuda, mas venho fazer uma defesa deles: Talvez seus autores já tenham feito planos maravilhosos e por algum motivo não os tenha conseguido realizar ou pelo menos tiveram que adiar. Eu sempre de planejar o que queria fazer da vida. Queria fazer faculdade tal, pós graduação tal e formar a minha família nesse tempo. Ter meus filhos e amá-los muito, dar todo o amor do mundo pra eles, além de ensinar inglês, dança e tudo o mais. Com o tempo percebi que era possível sim fazer a faculdade, mas a pós teve que ser outra. Consegui um emprego legal, mas sentia uma certa insatisfação e queria algo melhor. Consegui, então, a estabilidade, não dependia de vontades políticas para poder trabalhar. Mas isso não quer dizer que era a melhor coisa do mundo, mas era uma conquista importante. E os meninos crescendo, eu os amando cada vez mais, mas não dava pra ensinar o que eu queria ensinar. Encaminhei-os pelo menos para quem pudesse fazer isso e vieram os cursos extra escola, natação, dança, judô. E nesse meio tempo eis que uma doença nojenta deu as caras. E me impediu de continuar traçando mais objetivos, escrevendo os mais maravilhosos planos que eu queria ter elaborado... Sem problema. Vamos lá. Continuei o sonho, ajudei meu esposo a realizar os planos dele, como sempre o fiz. Até que veio o tão sonhado mestrado. Minha turma foi apelidada por mim e aceita por todos como a The best. Era uma época de realizações, apesar de já estar meio capenga por causa da doença (tenho vontade de dizer as do fim com ela, chamar de todos os nomes feios possíveis, mas devi sempre lembrar que nao posso fazer isso; explico porque mais adiante). Até que o suicídio do meu esposo veio frear tudo. Tive que começar minha vida quase do zero, juntamente com meus dois amores, que não mereciam passar por privações por causa da atitude do pai e por isso fiz malabarismos que me custam até hoje. Mas por eles eu faço tudo. Foram mudanças, risos, choro, dores. A doença avançou, cresceu como um dragão a me engolir. Fui me tornando inválida, ao ponto de me aposentar por isso. E hoje, com meus filhos, companheiro, vasa montada, carro, enfim, tudo o que eu poderia querer para viver meus planos, justamente hoje, a doença não deixa. Ela me faz levantar tarde porque passo a noite tentando dormir. Ela me faz tomar medicações fortíssimas, que muita gente nao aguentaria nem uma dose e pediria pra morrer. Ela me tira dos passeios com meus filhos e me impede d faze o que quero na hora que quero, e o pior: Tirou minha capacidade de planejar. Não posso juntar dinheiro para uma viagem porque nao sei como estarei no dia. Não posso querer ir a um show porque não sei como estarei no dia. Não posso dizer aos meus filhos que os levarei para algum canto ,porque nao sei como estarei amanhã ou mais tarde. E nao sei se terei medicação, porque dependo da ajuda preciosa de quem me quer bem e eles fazem o que podem e o que não podem pra me ajudar, mas infelizmente ainda falta o remédio. E não posso maldizer a doença,porque, de acordo com a minha crença, essa foi uma escolha minha, a fim de me redimir de erros cruéis, cometidos em outras vidas. Independente de você acreditar, eu tenho o direito de crer el algo que me ajude a suportá-la, não? E a minha crença espiritual me ajuda muito. Então, se você está querendo algo, arregace as mangas, deixe de preguiça e vá correr atrás. Não se intimide com as dificuldades. Você tem que viver seus planos e continuar planejando, porque você não sabe se pode topar com uma doença ou algo que te incapacite e te pare no tempo. Pense nisso.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Crises

Estamos passando por um período de crises de todo tipo. Acho que as pequenas crises foram se acumulando até chegar a um nível insuportável, como uma panela de pressão que não segurou mais a tampa. É muita coisa ao mesmo tempo. A fragmentação familiar, a quebra de valores que sustentavam as relações, a desvalorização do ser humano e do meio ambiente e a valorização do mau caratismo... Parece que agora estamos naquele período onde se faz necessária uma lavagem geral, um desmascaramento de tudo e de todos, revelando as verdadeiras faces de cada um... O mundo está estremecendo, as relações estão se tornando impraticáveis, inviáveis, muito por culpa da intolerância e pela corrida pelo poder, além do acúmulo desenfreado de bens materiais em detrimento do caráter. Não temos a quem pedir ajuda, orientação, estamos perdido no meio de um tiroteio virtual,, onde não existe segurança e a privacidade de cada um agora é matéria pública. A internet nos expõe, a cada passo que damos, a cada fala que proferimos, estamos falando não mais só para o nosso ouvinte íntimo, mas sim para todo o planeta. O que se faz nas nossas alcovas no mesmo instante é motivo de discussão no outro lado da terra. Os valores estão invertidos, a violência é aclamada, o bandidismo é valorizado, confiamos mais no traficante que toma conta do bairro do que na polícia, que no final das contas também tem bandido infiltrado. A vida humana nunca foi tão banalizada e o cuidado com pais e filhos acabou, a ponto de se matarem por nada e sem nenhum remorso. O sexo domina a mente de quem se diz artista, dos produtores de programas que buscam audiência mostrando as piores formas de relacionamento, como se tudo aquilo fosse normal e deve ser aceito como tal. A depravação tomou conta das artes, que ficou sem pé nem cabeça, sem nenhuma mensagem construtiva para passar. Não existe mais o belo, o delicado, e sim o grosseiro, o depravado. Não existe mais a calma e sim a agitação de cada um querer se colocar acima de tudo e da lei. A lei está aí, foi proclamada, afirmada, justificada, colocada sob a forma de constituição, para nada. Não se segue lei. Pra quê lei? O que os próprios governantes estabeleceram de comum acordo seguir, não pode mais ser aplicado, pois todos estão acima da lei. Tudo se pode fazer fora da lei, pois não acontecerá nada ao transgressor. Não existe razão para seguirmos nenhuma regulamentação, nenhuma norma, que foi tão discutida no objetivo de promover a pacificação de um país. A única esperança é que após esse período convulsivo, a calmaria retorne e quem sabe possamos começar do zero. Quem sabe possamos reconstruir uma sociedade séria, com valores importantes para a sua manutenção. Vamos ver quem vai sobreviver, quem vai ficar de pé por não ter nenhum resquício de canalhice e quem vai poder falar em alto e bom tom, de cara limpa, que não tem nada a esconder. Mas a verdade é que não temos, pelo menos nesse momento, ninguém a quem possamos recorrer a fim de representar as boas virtudes. Mesmo aquele que pensávamos ser imune à corrupção, no fundo tem raízes profundas no mar de sujeira moral. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, colocar nossa voz em cena e ver como poderemos nos organizar de forma a refazer a nossa sociedade de modo digno, transformando esse imenso país num lugar maravilhoso de se viver.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Tempo e crescimento

Tantas coisas acontecem tão rápido, que o tempo de repente passa e agente acha que a semana, o mês, o ano passou voando. Quando somos bebês, vamos aprendendo tudo de modo mais lento e uma tarefa demasiada simples hoje era um verdadeiro suplício de ser concluída. Mas é assim mesmo. Vamos nos adaptando aos fatos, aos trâmites que a vida tem e o tempo sempre ali, sempre a nos angustiar ora porque se esvai rapidamente ora porque não passa logo. Nisso vamos acumulando o que podemos chamar de experiência. Vamos conhecendo mais as pessoas e aprendendo a identificar quem é confiável e quem não é. Infelizmente nos decepcionamos muito nesse processo de reconhecimento. Mas também somos agraciados com as boas surpresas, por exemplo, quando chega uma ajuda de alguém que nunca imaginaríamos que pudesse nos ajudar.
      Também erramos. Perdoamos e queremos que nos perdoem. Nessa farfalhar vital, vamos crescendo tanto físico quanto espiritualmente, não só em sentido religioso, mas enquanto donos de uma alma. Encantamo-nos com coisas/pessoas boas ou não. Teimamos em seguir adiante com algo que todo mundo ao nosso redor diz para abandonar só para provarmos o gosto que tem. exemplo disso é o casamento, ou ter filhos sozinho. Por mais que alguém nos alerte que não devemos nos iludir com o lado glamouroso da coisa, o que tem de gente querendo casar e ter filhos, não está escrito. Não digo que sejam experiências ruins, mas devem ser pelo menos bem pensadas. Mas num impulso, queremos ter a nossa própria história de sucessos e derrotas para contar. Somos humanos, curiosos, apaixonados e por vezes impulsivos. Mas os problemas começam quando insistimos em algo que não está nos fazendo bem. Uma coisa é ir à frente, tentar e se der errado, sair daquela situação do modo mais digno possível. Outra coisa é nos iludir achando que aquele mau negócio uma hora melhora, quando já deu provas mais do que suficientes que só tende a ficar pior. Insistir nisso é burrice. E somos seres inteligentes, sempre em busca do melhor para nós e assim ser felizes. Por que continuar num casamento/emprego ou seja lá o que for que está nos deixando doentes? Por que não somos honestos o suficiente para abrir o jogo e partir para uma situação melhor? Por que ao mesmo tempo em que somos excepcionalmente inteligentes, somos covardemente acomodados até com o que não presta? Temos uma energia vital fabulosa, capaz de nos tirar de qualquer quadro depressivo. Mas quando não usamos adequadamente essa energia, vamos enfraquecendo e morrendo em vida. Quando paramos de escutar nossa alma, nossa vida para. E assim, estando mortos, somos zumbis que andam,trabalham comem e até fazem sexo automaticamente, sem o brilho necessário para saborearmos as boas coisas a que temos direito. Direito? Sim. Temos direito de gozar a felicidade que a vida pode nos oferecer. Temos o direito de viver bem, em paz conosco e com os outros. Veja bem: viver bem não significa ter posses materiais (se assim fosse não existiria nenhum rico triste), mas sim fazer o que se gosta, em paz. Isso é tão difícil para tanta gente, que fico imaginando como eu poderia ajudar alguém a viver em paz. Mas não adianta querer ajudar, descobri com o tempo (ah, o tempo!). Antes de tudo, primordialmente, o indivíduo tem que querer se ajudar. Em itálico, subscrito e negrito. Tem que desejar mudar a sua situação. Quem sabe, pedir ajuda, que não e vergonha nenhuma. Mas é incrível a capacidade de permanecer no ostracismo que determinados indivíduos apresentam.  E o pior: culpam Deus e o diabo pela sua infelicidade quando os culpados são eles próprios. Quanta ignorância!
     Sei que ando decepcionada com algumas pessoas, pela imensa capacidade de se mostrar quem não são, ou achar que são donas de toda a razão do mundo. Ainda mais quando se trata de pessoas próximas, a ponto de sentirmo-nos tristes ou no mínimo sem graça. Mas não é por isso que tenho que enxergar tudo cinza e esquecer, deixar de lado quem faz de tudo para o meu mundo ser colorido. Quem se esforça pra me ver bem, que torce pra que eu fique bem. Essas pessoas merecem no mínimo meu respeito e minha atenção, porque não meu amor, afinal estão me fazendo bem, estão querendo me ver feliz. Então não posso deixar de enxergar o arco íris por causa de uma nuvem. O show colorido é muito mais bonito e agradável de se ver. 
     E quanto a quem se acha superior, empina o nariz como dono de toda razão ou acha que tem motivos para estar magoado, paciência. Não sou perfeita. Gosto de ajudar, gosto de fazer algo para deixar alguém melhor. Só que tem umdetalhe: EU NÃO SOU PERFEITA! E garanto que ninguém é. Já fui magoada por gente que amo. Tem quem me abrace hoje que já e fez chorar muito. Mas descobri que não vale a pena se ater ao "você disse/fiz isso e aquilo e eu não gostei!" Como todo mundo normal, eu acerto e erro. Eu ajo, mas também me canso. Aquele ser sempre sorridente que nunca reclama de nada e aguenta tudo não é saudável e normal. Arrisque-se. Acerte. Erre. Desculpe e peça desculpas. É desse modo que vamos nos tornando uma pessoa melhor e aprendendo a identificar o que realmente vale a pena. o que é de fato importante. Isso não nos faz donos da razão. Apenas mostra que estamos dispostos a aprender, acertando e errando. A vida não é mole, mas é maravilhosa e ninguém quer perdê-la, não é verdade? Abra-se para ela. Não acumule rancor, raiva. Isso envelhece. Faz deixar de ver muita coisa bonita e legal. Pense nisso. Caia e levante-se. Peça ajuda quando precisar. Sorria e chore. Assim você estará sendo sincero com quem mais interessa, que é você mesmo. E mostra que você é um ser humano fantástico, mesmo que não ache. Viva. E assim você terá uma linda história para contar.  

Amor, difícil e fácil amor

Por que será que as pessoas acham tão difícil amar? Tudo bem que a situação hoje para quem está atrás de um compromisso pode até não estar tão fácil demograficamente falando, mas muita gente simplesmente acha que ama e não ama, ou acha que nunca vai conseguir amar ou simplesmente não se permite amar. 
Amar é a coisa mais simples e prática do mundo. Ou se ama ou não se ama. Não adianta se iludir achando que o príncipe encantado vai chegar montado num cavalo branco, pois com o tempo até do príncipe você enjoa porque descobre que não o ama. Ah, mas eu queria alguém que me fizesse feliz. Não adianta, se você não for feliz com o que você é, ninguém vai te amar. Você é a sua melhor propaganda, então, se você está de bem com a vida, muita gente vai ficar curiosa pra saber o que você tem de tão bom pra viver tão feliz. Não, não se faça de triste ou suspire desejando que alguém lhe enxergue se você mesmo não se enxerga bem. É simples! Você só dá aquilo que tem e se você não tem amor nem por você mesmo, como vai amar alguém?
Gente, ele aparece. Quantas vezes já escutamos alguém dizer que conheceu o amor da vida justamente quando não estava à procura? Quando fez aquela viagem ou quando foi àquela festa com o único objetivo de curtir o momento? Pois é, porque foi nesses momentos que essas pessoas foram simplesmente elas mesmas. Não se enfeitaram de nada, não colocaram nenhuma máscara, em fingiram ser ou ter algo que não era ou tinha. E pum! Lá vem o amor. Facinho, facinho. 
Se você acha que já teve um grande amor e não deu certo porque você foi dispensado, traído, sei lá, não insista. Foi! Quem ama de verdade cuida do seu amor. Faz de tudo para não magoar. Não fique se prendendo a um passado cheio de "possibilidades" criadas por você. Ah, se eu tivesse casado com fulano(a), hoje eu estaria assim ou assado; talvez eu vivesse melhor (será?); talvez a gente estivesse junto ou quem sabe teríamos tantos filhos e moraríamos em tal canto (?). Adianta não, gente. Puro sonho, ilusionismo. Vivamos o presente, amemos a nossa pessoa antes de mais nada e tentemos ser feliz com o que temos e com que somos. Se não estamos gostando de algo na gente, tentemos mudar,sempre para melhor. Mas também nada de buscar algo que pelo menos a curto prazo pode ser difícil, tipo quero ser rica, ganhar na loteria e nem jogar eu jogo; nem trabalhar eu trabalho e nem estudar eu quero. Quero conhecer alguém interessante e todas as minhas amizades são de pessoas que em nada contribuem para o meu crescimento, pois só querem saber de beber e farrear, não querem nada com nada. Ponhamos os pés no chão. Analisemos quem somos, o que precisamos mudar e nos amemos muito. Vamos nos assumir. Aí sim, estamos prontos para se abrir para um amor de verdade.  

terça-feira, 1 de março de 2016

Direitos

          A falta de cuidado com o outro é um negócio absurdo. E a justificativa é que é tudo automático. Se o banco te desconta mais do que o combinado, é porque foi automático. Se não foi repassado para você um email ou uma informação importante, é porque alguma letrinha deve estar errada e automaticamente a informação voltou ao destinatário. Mas mesmo quando se depende das ações humanas, usa-se esse argumento ridículo para se safar. E se não formos atrás dos nossos direitos, fica por isso mesmo e tchau!
          Todos nós temos direitos que não conhecemos. Se você for funcionário público, viúvo, portador de necessidades especiais ou se tiver feito seu ensino médio na escola pública, tem mais direitos ainda. De atendimento preferencial até compra de imóveis. Mas nós mesmo negligenciamos esse fato.  E assim vamos alimentando cada vez mais quem não está nem um pouco afim de reconhecer nossos direitos. 
          Depois de passar tanto tempo lutando com processos, com lutas judiciais desde a adolescência, cheguei à conclusão que tão importante quanto um bom médico e um bom mecânico, temos que ter ali à mão um bom advogado. Reconheço que não sou boa de briga, mas quero que meus direitos sejam reconhecidos e para isso prefiro que um advogado resolva. Mas um advogado decente. Não um ladrão de honorários, um aproveitador de nossa ignorância. Meus parabéns aqueles profissionais da lei que trabalham com decência, valorizando seu cliente. Ele é importantíssimo para que sejamos reconhecidos. E assim tenhamos voz e direitos cumpridos, como manda o figurino.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Estudar é tão bonito



     Admiro muito as pessoas que gostam de estudar. Quando se estuda, não se procura apenas decorar fórmulas ou padrões, mas sim, se propõe a abrir um questionamento entre quem estuda e entre quem está ensinando, seja um professor ou um livro. O grau de abertura de nossas mentes a esse questionamento nessa hora é que vai determinar o sucesso ou não do processo de estudar. Talvez por isso muita gente diga que lê, lê e lê de novo e não entende nada. Talvez estudar seja como rezar, mas não aquelas orações decoradas que repetimos mecanicamente. O mesmo vale para os estudos. Em ambas as situações, se não houver um envolvimento, não será frutífero. Será mais uma decoreba que não nos leva a lugar nenhum, nenhum objetivo será alcançado. Então o primeiro passo para gostar de estudar ou pelo menos ter êxito nos estudos, é abrir-se para o novo, deixando-o invadir o consciente e o subconsciente e a partir daí vamos moldando-o, questionando-o e assim ela passa a fazer parte de nós. Tópicos que aprendemos desse modo jamais são esquecidos. Em algum momento da vida acadêmica, conseguimos lembrar perfeitamente de assuntos que permitimos entrar em nosso cérebro desse modo e em qualquer hora que lembremos, ele estará fresquinho, como se tivéssemos acabado de aprendê-lo. Não sou pedagoga nem nada parecido, mas acho que é esse o método que as escolas construtivistas, que meus filhos frequentaram, seguem. O importante é trazer o conhecimento para a vida do aluno, mostrando-o como ele já faz parte de sua vida sem que ele nem perceba. Então, antes de escolher uma faculdade que lhe preparará para a profissão que teoricamente você exercerá pelo resto da vida, é bom incorporá-la à sua rotina, ver se a profissão e você se complementam ou se encaixam perfeitamente. Se você se enxerga fazendo o que aquele curso propõe. E se você acha que escolheu errado, que não está feliz ou realizado com o que está fazendo, qualquer hora ´hora de mudar. Se não fosse assim não teríamos médicos e advogados, entre outros, se formando aos setenta. O que importa é que você se ache. Só ao se encontrar, você será feliz. E lembre-se que não precisa necessariamente passar pela experiência de um curso de quatro anos para perceber isso. Busque as grades curriculares, quais os assuntos que serão abordados durante os cursos. Eu me via muito ficticiamente administrando uma empresa, de roupa chique e sentada numa mesa imponente de escritório.  Mas graças a Deus não segui o curso de administração de empresas, pois ao analisar hoje as disciplinas pelas quais eu teria que passar, soube que não teria o sucesso que gostaria de ter tido. E fiz enfermagem. Mas isso não quer dizer que estou plenamente realizada, tanto que como me aposentei, por invalidez, mesmo assim, estou buscando um novo rumo acadêmico. E estou seguindo essas sugestões que divido aqui e me sinto satisfeita com o que vou fazer: gestão de recursos humanos. Encaixa-se direitinho nos meus planos de futuro e me deixa livre para ser eu mesma. Então, companheiros, pense bem: tentem manter a mente aberta de modo que o conhecimento tenha chances de se incorporar. A partir disso, tudo se torna mais fácil desde as disciplinas mais básicas até as mais complexas. E você terá estimula para estudar. E estudar é vida.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Morte

Hoje recebi a notícia de que meu tio havia falecido. Ele era uma pessoa boa, que me ajudou em alguns momentos da vida e sempre tinha um sorrisão no rosto. E esse texto é dedicado a ele. 
Mentira que a gente se prepara para a morte, seja a nossa ou de outrem. Por mais que conversemos, busquemos respostas aos nossos questionamentos, o risco de desabarmos quando ela chega é grande. E isso não nos faz fracassados por não ter se preparado. Por mais trabalho que dê aquele parente velhinho doente do qual estamos cuidando, não queremos que ele se vá. Mesmo nesses casos, quando a dona morte chega, sempre sofremos demais. E quando nos vemos na iminência de morrer, o medo, o pavor toma de conta de nossas mentes. Gente que nunca rezou nessas horas se apega fervorosamente com Deus e busca lá na memória esquecida as orações aprendidas do catecismo de mil anos atrás. A base religiosa ou qualquer orientação espiritual pode até nos dar respostas sobre nosso destino pós morte e de certa forma pode nos confortar. Mas não tem jeito: quando chega a hora, preparemo-nos para sofrer, chorar, flutuar na aflição. 
Uma das maneiras de amenizar um pouco a nossa consciência em relação aos que se foram é conversar sobre o fato, conhecer o que nossos estimados pensam a respeito desse acontecimento. Isso nos faz tomar as providências solicitadas e dessa forma ficarmos um pouco mais em paz com a gente mesmo. É uma forma de egoísmo, afinal quando fazemos isso estamos pensando em nosso conforto, mas necessário para ter um pouco de paz de espírito, ficarmos quites com aquele que se foi. 
Só posso dizer: conversem sobre a morte com seus próximos. O que ele deseja vestir; onde quer ser enterrado; qual o santo da sua lembrancinha; qual o destino dos seus bens materiais. Enfim, falem abertamente, para que tanto quem parte como quem fica tenham tranquilidade de consciência. Isso evita muita briga de herança e poupa muito desgaste, diminui as incertezas sobre as vontades e opiniões do outro sobre o assunto. E sempre que puderem e quiserem busquem alguma base psicológica/espiritual para que nossas perguntas não fiquem tão sem respostas.
Outra coisa: sei que a vida nos afasta demais de quem amamos. Daquele tio/primo/amigo que temos tanta vontade de visitar e sempre arrumamos a desculpa de não ter tempo. Se você não priorizar essa visita, a dona morte vai te surpreender ainda mais. E aquela sensação de "devia ter ido lá antes" toma de conta. Certo que vivemos num mundo de correria, mas todo esse correr não merece o nosso sofrimento quando nossos estimados se vão. Não vale a pena. Então, deixe de arranjar desculpas e vá, visite quem não vê há muito tempo, diga aos que merecem que os ama, abra-se. O tempo é cruel. Não volta. Liberte-se dessa sensação ruim de "poderia ter feito ou dito algo". E fique bem com você e com quem se foi. Isso faz muita diferença. Garanto. 

 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Um dia

1) Acordei cedinho, por volta de cinco da manhã, liguei o celular, vi televisão. depois voltei a dormir, acordei às onze. Acordei, respirei, meus olhos enxergaram tudo.  A beleza do dia que começava. O cheiro bom da madrugadinha. Continuar vivo é um milagre. Quando nos é permitido continuar vivos é uma benção sem tamanho que recebemos. 
2) Comi, depois que acordei. Tinha comida em casa (e várias opções). Sempre, todo dia, temos o pão que nos alimenta. Isso é um cuidado imenso que os céus têm com a gente. 
3) Haviam pessoas no quarto vizinho que vieram me ver assim que falei. Isso é carinho, atenção. 
4)  Tive dor e a medicação chegou. Tinha quem me aplicasse o remédio e a dor foi embora. Pude levantar e cuidar dos meus filhos, da minha vida. Isso é providência.
5) A família novamente se reuniu para almoçar, tocar violão, cantar. Isso é harmonia, é amor, é união. 
6) Terminamos o dia alimentados, medicados, com as pessoas que gostam de nós por perto e, é claro, com o tesouro que é nossa família ao nosso redor. Meu tesouro mais velho sentadinho  no chão do meu quarto assistindo televisão e meu tesouro mais novo chegando da casa da bisa, onde passou o dia brincando com os primos, com direito a cinema. Isso é fidelidade, é uma ligação sobrenatural, que venceu o tempo e permanece atemporal. Isso é oportunidade divina de ser feliz. É uma das provas do amor dos céus com a gente. 
Enfim, temos muito a agradecer. Independente de crença, do nome que se dá à energia que cuida e rege o universo, quando nos sentimos mais gratos, mais coisas boas acontecem e com isso vamos sendo felizes. A vida vai seguindo plena, mesmo com algumas dificuldades, sabemos que no final das contas tudo dará certo.