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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Estudar é tão bonito



     Admiro muito as pessoas que gostam de estudar. Quando se estuda, não se procura apenas decorar fórmulas ou padrões, mas sim, se propõe a abrir um questionamento entre quem estuda e entre quem está ensinando, seja um professor ou um livro. O grau de abertura de nossas mentes a esse questionamento nessa hora é que vai determinar o sucesso ou não do processo de estudar. Talvez por isso muita gente diga que lê, lê e lê de novo e não entende nada. Talvez estudar seja como rezar, mas não aquelas orações decoradas que repetimos mecanicamente. O mesmo vale para os estudos. Em ambas as situações, se não houver um envolvimento, não será frutífero. Será mais uma decoreba que não nos leva a lugar nenhum, nenhum objetivo será alcançado. Então o primeiro passo para gostar de estudar ou pelo menos ter êxito nos estudos, é abrir-se para o novo, deixando-o invadir o consciente e o subconsciente e a partir daí vamos moldando-o, questionando-o e assim ela passa a fazer parte de nós. Tópicos que aprendemos desse modo jamais são esquecidos. Em algum momento da vida acadêmica, conseguimos lembrar perfeitamente de assuntos que permitimos entrar em nosso cérebro desse modo e em qualquer hora que lembremos, ele estará fresquinho, como se tivéssemos acabado de aprendê-lo. Não sou pedagoga nem nada parecido, mas acho que é esse o método que as escolas construtivistas, que meus filhos frequentaram, seguem. O importante é trazer o conhecimento para a vida do aluno, mostrando-o como ele já faz parte de sua vida sem que ele nem perceba. Então, antes de escolher uma faculdade que lhe preparará para a profissão que teoricamente você exercerá pelo resto da vida, é bom incorporá-la à sua rotina, ver se a profissão e você se complementam ou se encaixam perfeitamente. Se você se enxerga fazendo o que aquele curso propõe. E se você acha que escolheu errado, que não está feliz ou realizado com o que está fazendo, qualquer hora ´hora de mudar. Se não fosse assim não teríamos médicos e advogados, entre outros, se formando aos setenta. O que importa é que você se ache. Só ao se encontrar, você será feliz. E lembre-se que não precisa necessariamente passar pela experiência de um curso de quatro anos para perceber isso. Busque as grades curriculares, quais os assuntos que serão abordados durante os cursos. Eu me via muito ficticiamente administrando uma empresa, de roupa chique e sentada numa mesa imponente de escritório.  Mas graças a Deus não segui o curso de administração de empresas, pois ao analisar hoje as disciplinas pelas quais eu teria que passar, soube que não teria o sucesso que gostaria de ter tido. E fiz enfermagem. Mas isso não quer dizer que estou plenamente realizada, tanto que como me aposentei, por invalidez, mesmo assim, estou buscando um novo rumo acadêmico. E estou seguindo essas sugestões que divido aqui e me sinto satisfeita com o que vou fazer: gestão de recursos humanos. Encaixa-se direitinho nos meus planos de futuro e me deixa livre para ser eu mesma. Então, companheiros, pense bem: tentem manter a mente aberta de modo que o conhecimento tenha chances de se incorporar. A partir disso, tudo se torna mais fácil desde as disciplinas mais básicas até as mais complexas. E você terá estimula para estudar. E estudar é vida.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Morte

Hoje recebi a notícia de que meu tio havia falecido. Ele era uma pessoa boa, que me ajudou em alguns momentos da vida e sempre tinha um sorrisão no rosto. E esse texto é dedicado a ele. 
Mentira que a gente se prepara para a morte, seja a nossa ou de outrem. Por mais que conversemos, busquemos respostas aos nossos questionamentos, o risco de desabarmos quando ela chega é grande. E isso não nos faz fracassados por não ter se preparado. Por mais trabalho que dê aquele parente velhinho doente do qual estamos cuidando, não queremos que ele se vá. Mesmo nesses casos, quando a dona morte chega, sempre sofremos demais. E quando nos vemos na iminência de morrer, o medo, o pavor toma de conta de nossas mentes. Gente que nunca rezou nessas horas se apega fervorosamente com Deus e busca lá na memória esquecida as orações aprendidas do catecismo de mil anos atrás. A base religiosa ou qualquer orientação espiritual pode até nos dar respostas sobre nosso destino pós morte e de certa forma pode nos confortar. Mas não tem jeito: quando chega a hora, preparemo-nos para sofrer, chorar, flutuar na aflição. 
Uma das maneiras de amenizar um pouco a nossa consciência em relação aos que se foram é conversar sobre o fato, conhecer o que nossos estimados pensam a respeito desse acontecimento. Isso nos faz tomar as providências solicitadas e dessa forma ficarmos um pouco mais em paz com a gente mesmo. É uma forma de egoísmo, afinal quando fazemos isso estamos pensando em nosso conforto, mas necessário para ter um pouco de paz de espírito, ficarmos quites com aquele que se foi. 
Só posso dizer: conversem sobre a morte com seus próximos. O que ele deseja vestir; onde quer ser enterrado; qual o santo da sua lembrancinha; qual o destino dos seus bens materiais. Enfim, falem abertamente, para que tanto quem parte como quem fica tenham tranquilidade de consciência. Isso evita muita briga de herança e poupa muito desgaste, diminui as incertezas sobre as vontades e opiniões do outro sobre o assunto. E sempre que puderem e quiserem busquem alguma base psicológica/espiritual para que nossas perguntas não fiquem tão sem respostas.
Outra coisa: sei que a vida nos afasta demais de quem amamos. Daquele tio/primo/amigo que temos tanta vontade de visitar e sempre arrumamos a desculpa de não ter tempo. Se você não priorizar essa visita, a dona morte vai te surpreender ainda mais. E aquela sensação de "devia ter ido lá antes" toma de conta. Certo que vivemos num mundo de correria, mas todo esse correr não merece o nosso sofrimento quando nossos estimados se vão. Não vale a pena. Então, deixe de arranjar desculpas e vá, visite quem não vê há muito tempo, diga aos que merecem que os ama, abra-se. O tempo é cruel. Não volta. Liberte-se dessa sensação ruim de "poderia ter feito ou dito algo". E fique bem com você e com quem se foi. Isso faz muita diferença. Garanto. 

 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Um dia

1) Acordei cedinho, por volta de cinco da manhã, liguei o celular, vi televisão. depois voltei a dormir, acordei às onze. Acordei, respirei, meus olhos enxergaram tudo.  A beleza do dia que começava. O cheiro bom da madrugadinha. Continuar vivo é um milagre. Quando nos é permitido continuar vivos é uma benção sem tamanho que recebemos. 
2) Comi, depois que acordei. Tinha comida em casa (e várias opções). Sempre, todo dia, temos o pão que nos alimenta. Isso é um cuidado imenso que os céus têm com a gente. 
3) Haviam pessoas no quarto vizinho que vieram me ver assim que falei. Isso é carinho, atenção. 
4)  Tive dor e a medicação chegou. Tinha quem me aplicasse o remédio e a dor foi embora. Pude levantar e cuidar dos meus filhos, da minha vida. Isso é providência.
5) A família novamente se reuniu para almoçar, tocar violão, cantar. Isso é harmonia, é amor, é união. 
6) Terminamos o dia alimentados, medicados, com as pessoas que gostam de nós por perto e, é claro, com o tesouro que é nossa família ao nosso redor. Meu tesouro mais velho sentadinho  no chão do meu quarto assistindo televisão e meu tesouro mais novo chegando da casa da bisa, onde passou o dia brincando com os primos, com direito a cinema. Isso é fidelidade, é uma ligação sobrenatural, que venceu o tempo e permanece atemporal. Isso é oportunidade divina de ser feliz. É uma das provas do amor dos céus com a gente. 
Enfim, temos muito a agradecer. Independente de crença, do nome que se dá à energia que cuida e rege o universo, quando nos sentimos mais gratos, mais coisas boas acontecem e com isso vamos sendo felizes. A vida vai seguindo plena, mesmo com algumas dificuldades, sabemos que no final das contas tudo dará certo.