É sempre
doloroso ver partir pessoas jovens, ainda mais se estão no auge da carreira, do
sucesso, em direção reta e veloz ao mais alto posto de seus ofícios. Mas aqui
me vem uma comparação a um dizer que sempre carrego comigo, como uma forma de
consolo: sair da festa quando está no melhor dela. Não no começo, quando ainda
não experimentamos os sabores da diversão; não no final, quando somente há no local
os cansados, bêbados e pessoal da limpeza a expulsar os que ainda incomodam com
suas bebedeiras exaustivas e desnecessárias. Mas naquele momento em que você
pode guardar para sempre as boas histórias, os instantes de brilho e luz,
compartilhados com quem se gosta, com seus companheiros de festividade.
Acho que o
que aconteceu foi mais ou menos isso. Todo um time, em busca de seu maior
triunfo, soube se retirar de forma a fazer mais história do que um título que
próximo ano seria de mais um. Certo que é um feito imenso, visto a integridade de
caráter do seu adversário de esporte. Mas os títulos que acumularam, como
melhores filhos, melhores, pais, melhores irmãos, melhores esposos, maior
alegria de toda uma cidade, de todo um país, esses títulos não serão de mais
ninguém. Eles, todos eles, serão sempre lembrados como os maiores campeões não
somente dentro de campo, mas também como campeões em alegria, em dignidade, em simplicidade
e em elegância, por saberem se retirar da festa em um momento que nunca passará,
nunca será de outros.
Fica a marca
da alegria, da união, da mensagem mais do que oportuna, na situação em que o
país está, que é com honestidade que se chega longe. E que o jeitinho que se dá
para tudo não leva a lugar nenhum a não ser a uma realizaçãozinha momentânea,
de cunho totalmente material.
Deus já
recebeu todos na Sua casa. Já está cuidando para que todos recebam o melhor
tratamento, sejam bem adaptados na nova morada, onde poderão desfrutar da maior
felicidade que um espírito pode desfrutar, que é a liberdade eterna, onde
poderão correr, jogar, viver no bem que sempre pregaram e acima de tudo,
poderão ajudar os que ficaram na penosa atividade de carregar corpos tão
pesados e doloridos, mas que precisam ser levados adiante para que um dia seus
ocupantes também cheguem pelo menos perto de anjos tão iluminados, tão
risonhos, tão elegantes!
Ficamos com
a certeza de que agora que estão livres, poderão nos ajudar ainda mais do que
já nos ajudaram, com amparo material e fraternal e especialmente com o brinde
das suas alegrias, proporcionadas por momentos fantásticos, onde ficávamos
embevecidos e felizes a torcer mais e mais por quem nem conhecíamos, mas já
sentíamos como sendo tão próximos.
Obrigada. Não
temos muito o que dizer. Temos muito o que sentir. E o sentimento sim é o
verdadeiro código fonético entendido no dialeto da saudade. Continuamos a
acreditar em todos pois, mais do que nunca
sabemos que agora todos poderão nos ajudar e nos alegrar muito mais, por
estarem livres e com as bênçãos de Deus para fazer o que vocês mais sabem: nos
fazer felizes, nosso fazer sorrir! E só temos a agradecer...