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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Decepção

Ando extremamente decepcionada com as pessoas.  É incrível como impera a política do puxar brada para sua sardinha, os primeiros os seus, qualquer ditado que se traduza em egoísmo e falta de atenção ao próximo. Hoje alguém que me fez passar por muito aperreio por não me ajudar quando precisei, precisou de mim. Claro que não ia esfregar na cara, mas deveria, porque a pessoa nem se tocar do que fez se toca. Mas ajudei mesmo assim e não foi com má vontade não. Quisera eu sentir raiva ou rancor, ou falar tudo o que quero falar, mas não consigo, não sei se felizmente ou infelizmente. Outra pessoa que me esmagou anteriormente também me procurou. E ao final disse que eu era "diferente"... espero que isso seja um elogio e não o contrário, como a palavra sugere. É incrível como o senhor mundo dá voltas, pessoas vão e vem, separam-se e depois reencontram-se. Quisera eu não abraçá-las, não perdoá-las, porque na hora da dor, dói muuuuito. Dói na alma. E de dor eu entendo. As pessoas só acodem aqueles que realmente interessam acudir ou se tiverem algum benefício grande em troca, pois não adianta você ajudar com pouco não. Tudo é dificuldade. É mais ou menos assim: se você sente dor e eu tenho acesso ao remédio para aliviar sua dor, eu posso até arranjar se o remédio estiver desfilando na minha frente e cair de bobeira na minha mão. Aí eu me lembro: "é, fulano precisa disso; vou levar UM." Mas se sou eu que sinto a dor, nem que o remédio esteja lá na prateleira do inferno, eu subo (ou desço) e vou atrás de pegar. Nem que a minha dor não chegue nem aos pés da sua. Sofro muito, mas muito de dor. Quem tem o meu problema, sabe o que eu falo. E pessoas me ajudam sim, mas é incrível a má vontade ou as lições de moral que já recebi; o quanto que tive que escutar porque alguém estava me dando algum remédio;o quanto tive que esperar, pagar, ficar devendo favor e me submeter a situações porque recebi a ajuda (ajuda?). Quanta cara feia e quanta humilhação. Mas eu entendo. É porque não é neles que dói, ou na mãe, no pai, no filho, no marido ou esposa. Nem no "amigo" endinheirado. E descobri também que é de onde menos se espera que saem as decepções. Mas a doença está me ajudando a conviver com isso. Eu não devo mais pedir ajuda, a menos que seja uma coisa muito pequena. Os problemas e as dores fortíssimas, deixa que eu aguento, porque são meus. Estou muito decepcionada, mas tenho amor perto de mim, quem está ali comigo procurando qualquer coisa que me alivie, nem que seja um escalda-pés. Tenho minha família, coisa que muitas dessas pessoas não tem e dou muito valor à minha, pois minha origem está ali, é de onde vim, com ou sem defeito. Então, a cada dia, vou repetindo o mantra de não aperrear ninguém, pois ninguém tem a obrigação de me ajudar. Agradeço demais aos que estão comigo na luta e não desistem, assim como eu já tive vontade de desistir e descer do ônibus. São meus anjos da guarda. Essa decepção vai passar, toda mudança proporciona alterações e às vezes demoramos um pouco para se acostumar,

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