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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Conceitos

        Todos passamos por momentos de reflexão Todo mundo para uma hora para pensar no que está fazendo. É um exercício saudável e que deve ser repetido com frequência. Fiz esse exercício justamente num dia que estava com muita dor física, tomando altas doses de morfina, parecia que nunca ia acabar. Comecei a analisar toda aquela situação, lembrando tudo o que já sabia sobre a doença, tudo o que ela já havia me causado, o que os amigos e os médicos já haviam me dito. Juntei tudo, somei com a forma como estava levando a vida e cheguei a algumas conclusões que a priori você pode até achar que não tem muita coisa a ver com o que eu estava passando, mas garanto que é só aparentemente. Na verdade, tem tudo a ver. Concluí:
1. Tudo o que fazemos vamos receber depois. O velho plantar para colher depois. Por mais que já tenhamos visto essa frase por aí, quando a trazemos para a nossa cara, ela pode doer. E você pode até se sentir culpado por um bocado de coisa que está passando. Esse é um motivo pelo qual devemos ter muito cuidado com nossas atitudes e mais ainda com nossas palavras. O que leva ao segundo ponto.
2. Cuidado com o que pedimos a Deus; Ele nos atende. Aqui eu falo Deus,, por conta de minha religião. Mas entenda como quiser, Deus, Buda, Alá, força superior, desejo, enfim. Fique à vontade.
3. O equilíbrio é o pai de todas as emoções e ações; tudo é uma questão de equilíbrio.
4.  A gentileza é a mãe de todas as emoções e ações. Quando agimos gentilmente mostramos que nos importamos com o outro, que não queremos maltratá-lo, queremos ajuda-lo e vê-lo bem.
      Depois que li e reli essas anotações, vi que precisava pedir perdão, tanto às pessoas que estavam perto de mim quanto a Deus. Como é que eu havia pedido para passar por várias daquelas situações e ainda por cima queria que os outros sucumbissem aos meus caprichos? É altamente injusto, não acha?
       Depois passei a ter o cuidado de policiar tudo o que falava e fazia. Mas calma, não é deixar de ser espontânea, mas pelo menos nas decisões mais importantes, pensar um pouquinho em quais seriam as consequências para o meu próximo. Como ele se sentiria e se eu não o prejudicaria Quando a gente passa a incorporar essa atitude na rotina, não é um fardo nem muito menos leva tempo. É feito numa fração de segundos. E o resultado é muito bom. Consciência limpa. Sono tranquilo. 
          Também não quero dizer que passou tudo a ser cor de rosa, que nem o nome do blog. Erramos muitas vezes, de maneira inconsciente, mas sejamos honestos, a quantidades de erros conscientes é muito maior. Pergunte-se isso.
         Comecei a ter ciência que queria percorrer o caminho do bem, que é o que chamo de bom caminho. Sabia que não seria fácil, mas a intenção era boa. Coloquei na cabeça que tudo o que fizesse seria em prol da minha permanência no bom caminho. E encontrei a segunda resposta, o segundo meio: o agradecimento.
       Passei a agradecer. Não aquele agradecimento bobo, automático, educado. Mas o de coração. Muitas vezes nem falado. Às vezes só pelo olhar agradecemos e quem nos conhece sabe disso. E se sente bem com isso. E se torno um círculo vicioso: eu feliz, tu feliz, ele feliz, nós felizes.
       A família foi meu primeiro agradecimento. Pelas noites mal dormidas deles por minha causa, pelo cansaço disfarçado, pelas idas ao hospital, pelas lágrimas diante da impotência derramadas junto às minhas. Só podia agradecer, agradecer e agradecer. Sabia que não fazia por eles nem a metade do que eles faziam por mim. Mas quem sabe eu pudesse modificar meu comportamento de modo a contribuir para um equilíbrio e todos sairiam ganhando.  Vale a pena tentar.

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