escritos

escritos

segunda-feira, 13 de março de 2017

Cada povo tem o governo que merece

13/03/2017 18:18h 
O país todo está passando por uma crise sem tamanho. Muita gente está sofrendo por falta de emprego ou dinheiro curto. Acaba nos afetando também porque dependemos dos outros para ganhar um dinheiro extra, extremamente necessário todos os meses. Mas todo começo de ano é assim. No Brasil, parece que as coisas só andam depois do carnaval, olhe lá se não na Semana Santa. Estou decepcionadíssima com este país. Somo de uma extensão territorial gigantesca, mas a vida que os brasileiros leva difere em muito do potencial que essa terra tem. Somo tão ricos que mesmo sendo roubados desde a sua descoberta, ainda temos muito a oferecer.  
         Políticos e outras figuras públicas sempre se aproveitaram para comer seu pedaço, garantir o seu, desviando dinheiro de saúde, educação e de outros setores importantes. O que era para ser destinado a fim de aliviar a fome e a pobreza acaba nos cofres de bancos em outros países. E, com a cara mais limpa do mundo, pedem voto e apoio em todas as eleições, as mesmas caras lisas. Fazem reformas absurdas, criam leis que garantam seus privilégios e o povo se fodendo. O mais absurdo ainda é que, por uns míseros trocados, muita gente troca seu voto. E assim, continuam a eleger os mesmos caras de pau, dizendo que já que eles roubam, deixa ao menos ganhar 50 reais (ou menos). 
      Cada povo tem o governo que merece, que é sua cara. Não acredito em ninguém da classe política e não vejo como sairmos desse buraco, pois por mais que pareça, não existem super heróis, nem ninguém disposto a lutar pelo país sem ter grandes benefícios. Ah, o juiz tal não é assim. É assim sim. Hoje mesmo ele leva vantagens que ninguém vê, mas leva e vai levar muito mais se continuar o seu endeusamento. Ah, mas bom era na época do outro presidente. Mentira. Em todas, digo TODAS as épocas a corrupção rondou nosso país, sugando-lhe todas as energias possíveis. Ah, mas fulano rouba, mas faz. Grande conformismo, não é?  A que ponto chega a consciência de um povo que poderia ser e ter muito mais. Somos cabeças baixas, ainda que tentemos falar, pois quando um fala, faz-se de tudo para calá-lo. E somos contra o sistema até a hora de entrarmos nele, pois a aprtir do momento em que conseguimos alguma vantagem, começamos a agir de forma semelhante aos calhordas que nos comem pelo pé. Começamos a querer tirar o nosso pedaço do dinheiro público. Vê se algum político, ainda que tenha origem humilde, anda de metrô, com em outros países europeus? Vê se alguma figura pública tem um apartamento modesto MANTIDO PELO SEU PRÓPRIO SALÁRIO, como em outros países? Vê se tem alguém do poder utilizando um avião comercial, desses que todo mortal comum usa? Não tem! Porque a partir do momento que recebemos algum poder, a cerne da corrupção começa a falar mais alto e queremos esquecer nossas convicções verdadeiras, as que eram a favor de uma igualdade entre as pessoas.  
     Não falo que os outros países são a maravilha do mundo, mas estão a anos luz na nossa frente principalmente em termos de civilidade. Aqui, cidade limpa é uma exceção, que merece reportagem e exaltação, como se fôssemos animais que adoram estar no lixo. Sofremos de doenças há muito erradicadas em outros locais, como a dengue. Mas não somo capazes de ser higiênicos e organizados dentro de nossa própria casa, que dirá no espaço público. Por mais que alguém mantenha sua casa limpa, em ordem, não existem garantias de que o mosquito não vá surgir e causar um estrago, porque o vizinho não está nem aí se o quintal dele está cheio de poças de água ou pneus velhos. Esse egoísmo é o retrato de nosso atraso. E por causa desse egoísmo, não podemos sair de onde estamos, pois somente se caminha para a frente quando se pensa coletivo, em humanização, em preocupação com o próximo. Não é uma questão de religião. É uma questão de empatia. Quando começamos a nos preocupar com o outro, sentimo-nos bem e progredimos. Quando começamos a cobrar nosso direitos, estamos cobrando pelos direitos de todos e assim toda uma população pode se emancipar. Um pensamento tão fácil, um sentimento tão bonito e legal, não devera ser deixado de lado. Mas não, só pensamos no nosso pedaço, no nosso conforto. Ah, mas eu não maltrato ninguém nem meus empregados, pago direitinho e não exijo demais deles. Não faz mais do que a sua obrigaçãoQuem trabalha quer receber. Mas quantos canalhas existem por aí que exigem nosso sangue não nos pagam e nem dão uma satisfação, muito embora não queiramos satisfação e sim nosso pagamento.  
               Existem, claro, algumas organizações, movimentos legítimos, que buscam a valorização do homem, que cultivam bons hábitos e o respeito mútuo. Mas são tão poucos em relação ao tamanho de nosso povo que quando surgem são matéria de jornal, como se fossem exceções. Não é para ser tratado como exceção e sim como regra. O ser humano dispõe de tudo para ser bom, basta querer que o mal não tome conta de seu coração. E quando falo aqui de mal, nãme refiro somente a crimes, a barbáries. Essas, infelizmente, são exaltadas desde jornalecos sensacionalistas até grandes emissoras, que nem valem mais a pena assistir, pois tratam a violência como se fosse algo absolutamente normal. Dizem que se não fizer assim, não ganham audiência. É o cúmulo do absurdo. As boas ações e bons exemplos não garantem audiência, não atraem pessoas interessadas em aprender o que é bom. É o cúmulo do absurdo, total retrocesso moral ao qual nos acostumamos e que é tão difícil sair dele. Mostra toda a nossa pequenez de espírito, nosso conformismo imoral, que não leva a lugar nenhum.  
        Quantas pessoas você conhece que tentaram fazer algo de bom e foram caladas? Quantas dessas pessoas foram mal compreendidas, violentadas e até mortas? Quantas dessas pessoas continuaram a lutar e quantas delas desistiram? É fácil saber, todo mundo conhece alguma dessas pessoas, seja muito conhecida ou alguém da cidade ou bairro onde vivemos. Como disse antes, a exceção virou regra. O errado virou o correto e o bem é mal, um total falta de bom senso, algo tão simples de ser implantado,, mas tão difícil de ser praticado.   
      Só vamos crescer enquanto povo civilizado quando começarmos a pensar em NÓS ao invés de EU. Somente quando tivermos consciência de que somos capazes de lutar pelo que queremos e sermos o que quisermos. Quando ensinarmos às nossas crianças a serem honestas, leais e humanas, quando as repreendemos por bater no coleguinha ou quando quiserem por fina força um brinquedo que não é dela ou que não pode ser comprado. Somente quando cultivarmos bons hábitos, bom caráter e exterminarmos a corrupção e a desonestidade dentro de nossos próprios lares. Quando estivermos pensando no coletivo, aí sim, podemos sentar e conversar a respeito de futuro. Por enquanto, ainda não dá. É uma grande pena, mas ainda não dá. Quem sabe em uma próxima geração.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário