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sábado, 26 de março de 2016

Planos

É bom fazer planos. Mas quando tem algo que insiste em te atrapalhar é que vc percebe o quanto se deve dar importância aqueles ditos populares, como "não deixe para amanhã o que pode fazer hoje" e "viva o presente". Não sou muito de livro de auto ajuda, mas venho fazer uma defesa deles: Talvez seus autores já tenham feito planos maravilhosos e por algum motivo não os tenha conseguido realizar ou pelo menos tiveram que adiar. Eu sempre de planejar o que queria fazer da vida. Queria fazer faculdade tal, pós graduação tal e formar a minha família nesse tempo. Ter meus filhos e amá-los muito, dar todo o amor do mundo pra eles, além de ensinar inglês, dança e tudo o mais. Com o tempo percebi que era possível sim fazer a faculdade, mas a pós teve que ser outra. Consegui um emprego legal, mas sentia uma certa insatisfação e queria algo melhor. Consegui, então, a estabilidade, não dependia de vontades políticas para poder trabalhar. Mas isso não quer dizer que era a melhor coisa do mundo, mas era uma conquista importante. E os meninos crescendo, eu os amando cada vez mais, mas não dava pra ensinar o que eu queria ensinar. Encaminhei-os pelo menos para quem pudesse fazer isso e vieram os cursos extra escola, natação, dança, judô. E nesse meio tempo eis que uma doença nojenta deu as caras. E me impediu de continuar traçando mais objetivos, escrevendo os mais maravilhosos planos que eu queria ter elaborado... Sem problema. Vamos lá. Continuei o sonho, ajudei meu esposo a realizar os planos dele, como sempre o fiz. Até que veio o tão sonhado mestrado. Minha turma foi apelidada por mim e aceita por todos como a The best. Era uma época de realizações, apesar de já estar meio capenga por causa da doença (tenho vontade de dizer as do fim com ela, chamar de todos os nomes feios possíveis, mas devi sempre lembrar que nao posso fazer isso; explico porque mais adiante). Até que o suicídio do meu esposo veio frear tudo. Tive que começar minha vida quase do zero, juntamente com meus dois amores, que não mereciam passar por privações por causa da atitude do pai e por isso fiz malabarismos que me custam até hoje. Mas por eles eu faço tudo. Foram mudanças, risos, choro, dores. A doença avançou, cresceu como um dragão a me engolir. Fui me tornando inválida, ao ponto de me aposentar por isso. E hoje, com meus filhos, companheiro, vasa montada, carro, enfim, tudo o que eu poderia querer para viver meus planos, justamente hoje, a doença não deixa. Ela me faz levantar tarde porque passo a noite tentando dormir. Ela me faz tomar medicações fortíssimas, que muita gente nao aguentaria nem uma dose e pediria pra morrer. Ela me tira dos passeios com meus filhos e me impede d faze o que quero na hora que quero, e o pior: Tirou minha capacidade de planejar. Não posso juntar dinheiro para uma viagem porque nao sei como estarei no dia. Não posso querer ir a um show porque não sei como estarei no dia. Não posso dizer aos meus filhos que os levarei para algum canto ,porque nao sei como estarei amanhã ou mais tarde. E nao sei se terei medicação, porque dependo da ajuda preciosa de quem me quer bem e eles fazem o que podem e o que não podem pra me ajudar, mas infelizmente ainda falta o remédio. E não posso maldizer a doença,porque, de acordo com a minha crença, essa foi uma escolha minha, a fim de me redimir de erros cruéis, cometidos em outras vidas. Independente de você acreditar, eu tenho o direito de crer el algo que me ajude a suportá-la, não? E a minha crença espiritual me ajuda muito. Então, se você está querendo algo, arregace as mangas, deixe de preguiça e vá correr atrás. Não se intimide com as dificuldades. Você tem que viver seus planos e continuar planejando, porque você não sabe se pode topar com uma doença ou algo que te incapacite e te pare no tempo. Pense nisso.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Crises

Estamos passando por um período de crises de todo tipo. Acho que as pequenas crises foram se acumulando até chegar a um nível insuportável, como uma panela de pressão que não segurou mais a tampa. É muita coisa ao mesmo tempo. A fragmentação familiar, a quebra de valores que sustentavam as relações, a desvalorização do ser humano e do meio ambiente e a valorização do mau caratismo... Parece que agora estamos naquele período onde se faz necessária uma lavagem geral, um desmascaramento de tudo e de todos, revelando as verdadeiras faces de cada um... O mundo está estremecendo, as relações estão se tornando impraticáveis, inviáveis, muito por culpa da intolerância e pela corrida pelo poder, além do acúmulo desenfreado de bens materiais em detrimento do caráter. Não temos a quem pedir ajuda, orientação, estamos perdido no meio de um tiroteio virtual,, onde não existe segurança e a privacidade de cada um agora é matéria pública. A internet nos expõe, a cada passo que damos, a cada fala que proferimos, estamos falando não mais só para o nosso ouvinte íntimo, mas sim para todo o planeta. O que se faz nas nossas alcovas no mesmo instante é motivo de discussão no outro lado da terra. Os valores estão invertidos, a violência é aclamada, o bandidismo é valorizado, confiamos mais no traficante que toma conta do bairro do que na polícia, que no final das contas também tem bandido infiltrado. A vida humana nunca foi tão banalizada e o cuidado com pais e filhos acabou, a ponto de se matarem por nada e sem nenhum remorso. O sexo domina a mente de quem se diz artista, dos produtores de programas que buscam audiência mostrando as piores formas de relacionamento, como se tudo aquilo fosse normal e deve ser aceito como tal. A depravação tomou conta das artes, que ficou sem pé nem cabeça, sem nenhuma mensagem construtiva para passar. Não existe mais o belo, o delicado, e sim o grosseiro, o depravado. Não existe mais a calma e sim a agitação de cada um querer se colocar acima de tudo e da lei. A lei está aí, foi proclamada, afirmada, justificada, colocada sob a forma de constituição, para nada. Não se segue lei. Pra quê lei? O que os próprios governantes estabeleceram de comum acordo seguir, não pode mais ser aplicado, pois todos estão acima da lei. Tudo se pode fazer fora da lei, pois não acontecerá nada ao transgressor. Não existe razão para seguirmos nenhuma regulamentação, nenhuma norma, que foi tão discutida no objetivo de promover a pacificação de um país. A única esperança é que após esse período convulsivo, a calmaria retorne e quem sabe possamos começar do zero. Quem sabe possamos reconstruir uma sociedade séria, com valores importantes para a sua manutenção. Vamos ver quem vai sobreviver, quem vai ficar de pé por não ter nenhum resquício de canalhice e quem vai poder falar em alto e bom tom, de cara limpa, que não tem nada a esconder. Mas a verdade é que não temos, pelo menos nesse momento, ninguém a quem possamos recorrer a fim de representar as boas virtudes. Mesmo aquele que pensávamos ser imune à corrupção, no fundo tem raízes profundas no mar de sujeira moral. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, colocar nossa voz em cena e ver como poderemos nos organizar de forma a refazer a nossa sociedade de modo digno, transformando esse imenso país num lugar maravilhoso de se viver.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Tempo e crescimento

Tantas coisas acontecem tão rápido, que o tempo de repente passa e agente acha que a semana, o mês, o ano passou voando. Quando somos bebês, vamos aprendendo tudo de modo mais lento e uma tarefa demasiada simples hoje era um verdadeiro suplício de ser concluída. Mas é assim mesmo. Vamos nos adaptando aos fatos, aos trâmites que a vida tem e o tempo sempre ali, sempre a nos angustiar ora porque se esvai rapidamente ora porque não passa logo. Nisso vamos acumulando o que podemos chamar de experiência. Vamos conhecendo mais as pessoas e aprendendo a identificar quem é confiável e quem não é. Infelizmente nos decepcionamos muito nesse processo de reconhecimento. Mas também somos agraciados com as boas surpresas, por exemplo, quando chega uma ajuda de alguém que nunca imaginaríamos que pudesse nos ajudar.
      Também erramos. Perdoamos e queremos que nos perdoem. Nessa farfalhar vital, vamos crescendo tanto físico quanto espiritualmente, não só em sentido religioso, mas enquanto donos de uma alma. Encantamo-nos com coisas/pessoas boas ou não. Teimamos em seguir adiante com algo que todo mundo ao nosso redor diz para abandonar só para provarmos o gosto que tem. exemplo disso é o casamento, ou ter filhos sozinho. Por mais que alguém nos alerte que não devemos nos iludir com o lado glamouroso da coisa, o que tem de gente querendo casar e ter filhos, não está escrito. Não digo que sejam experiências ruins, mas devem ser pelo menos bem pensadas. Mas num impulso, queremos ter a nossa própria história de sucessos e derrotas para contar. Somos humanos, curiosos, apaixonados e por vezes impulsivos. Mas os problemas começam quando insistimos em algo que não está nos fazendo bem. Uma coisa é ir à frente, tentar e se der errado, sair daquela situação do modo mais digno possível. Outra coisa é nos iludir achando que aquele mau negócio uma hora melhora, quando já deu provas mais do que suficientes que só tende a ficar pior. Insistir nisso é burrice. E somos seres inteligentes, sempre em busca do melhor para nós e assim ser felizes. Por que continuar num casamento/emprego ou seja lá o que for que está nos deixando doentes? Por que não somos honestos o suficiente para abrir o jogo e partir para uma situação melhor? Por que ao mesmo tempo em que somos excepcionalmente inteligentes, somos covardemente acomodados até com o que não presta? Temos uma energia vital fabulosa, capaz de nos tirar de qualquer quadro depressivo. Mas quando não usamos adequadamente essa energia, vamos enfraquecendo e morrendo em vida. Quando paramos de escutar nossa alma, nossa vida para. E assim, estando mortos, somos zumbis que andam,trabalham comem e até fazem sexo automaticamente, sem o brilho necessário para saborearmos as boas coisas a que temos direito. Direito? Sim. Temos direito de gozar a felicidade que a vida pode nos oferecer. Temos o direito de viver bem, em paz conosco e com os outros. Veja bem: viver bem não significa ter posses materiais (se assim fosse não existiria nenhum rico triste), mas sim fazer o que se gosta, em paz. Isso é tão difícil para tanta gente, que fico imaginando como eu poderia ajudar alguém a viver em paz. Mas não adianta querer ajudar, descobri com o tempo (ah, o tempo!). Antes de tudo, primordialmente, o indivíduo tem que querer se ajudar. Em itálico, subscrito e negrito. Tem que desejar mudar a sua situação. Quem sabe, pedir ajuda, que não e vergonha nenhuma. Mas é incrível a capacidade de permanecer no ostracismo que determinados indivíduos apresentam.  E o pior: culpam Deus e o diabo pela sua infelicidade quando os culpados são eles próprios. Quanta ignorância!
     Sei que ando decepcionada com algumas pessoas, pela imensa capacidade de se mostrar quem não são, ou achar que são donas de toda a razão do mundo. Ainda mais quando se trata de pessoas próximas, a ponto de sentirmo-nos tristes ou no mínimo sem graça. Mas não é por isso que tenho que enxergar tudo cinza e esquecer, deixar de lado quem faz de tudo para o meu mundo ser colorido. Quem se esforça pra me ver bem, que torce pra que eu fique bem. Essas pessoas merecem no mínimo meu respeito e minha atenção, porque não meu amor, afinal estão me fazendo bem, estão querendo me ver feliz. Então não posso deixar de enxergar o arco íris por causa de uma nuvem. O show colorido é muito mais bonito e agradável de se ver. 
     E quanto a quem se acha superior, empina o nariz como dono de toda razão ou acha que tem motivos para estar magoado, paciência. Não sou perfeita. Gosto de ajudar, gosto de fazer algo para deixar alguém melhor. Só que tem umdetalhe: EU NÃO SOU PERFEITA! E garanto que ninguém é. Já fui magoada por gente que amo. Tem quem me abrace hoje que já e fez chorar muito. Mas descobri que não vale a pena se ater ao "você disse/fiz isso e aquilo e eu não gostei!" Como todo mundo normal, eu acerto e erro. Eu ajo, mas também me canso. Aquele ser sempre sorridente que nunca reclama de nada e aguenta tudo não é saudável e normal. Arrisque-se. Acerte. Erre. Desculpe e peça desculpas. É desse modo que vamos nos tornando uma pessoa melhor e aprendendo a identificar o que realmente vale a pena. o que é de fato importante. Isso não nos faz donos da razão. Apenas mostra que estamos dispostos a aprender, acertando e errando. A vida não é mole, mas é maravilhosa e ninguém quer perdê-la, não é verdade? Abra-se para ela. Não acumule rancor, raiva. Isso envelhece. Faz deixar de ver muita coisa bonita e legal. Pense nisso. Caia e levante-se. Peça ajuda quando precisar. Sorria e chore. Assim você estará sendo sincero com quem mais interessa, que é você mesmo. E mostra que você é um ser humano fantástico, mesmo que não ache. Viva. E assim você terá uma linda história para contar.  

Amor, difícil e fácil amor

Por que será que as pessoas acham tão difícil amar? Tudo bem que a situação hoje para quem está atrás de um compromisso pode até não estar tão fácil demograficamente falando, mas muita gente simplesmente acha que ama e não ama, ou acha que nunca vai conseguir amar ou simplesmente não se permite amar. 
Amar é a coisa mais simples e prática do mundo. Ou se ama ou não se ama. Não adianta se iludir achando que o príncipe encantado vai chegar montado num cavalo branco, pois com o tempo até do príncipe você enjoa porque descobre que não o ama. Ah, mas eu queria alguém que me fizesse feliz. Não adianta, se você não for feliz com o que você é, ninguém vai te amar. Você é a sua melhor propaganda, então, se você está de bem com a vida, muita gente vai ficar curiosa pra saber o que você tem de tão bom pra viver tão feliz. Não, não se faça de triste ou suspire desejando que alguém lhe enxergue se você mesmo não se enxerga bem. É simples! Você só dá aquilo que tem e se você não tem amor nem por você mesmo, como vai amar alguém?
Gente, ele aparece. Quantas vezes já escutamos alguém dizer que conheceu o amor da vida justamente quando não estava à procura? Quando fez aquela viagem ou quando foi àquela festa com o único objetivo de curtir o momento? Pois é, porque foi nesses momentos que essas pessoas foram simplesmente elas mesmas. Não se enfeitaram de nada, não colocaram nenhuma máscara, em fingiram ser ou ter algo que não era ou tinha. E pum! Lá vem o amor. Facinho, facinho. 
Se você acha que já teve um grande amor e não deu certo porque você foi dispensado, traído, sei lá, não insista. Foi! Quem ama de verdade cuida do seu amor. Faz de tudo para não magoar. Não fique se prendendo a um passado cheio de "possibilidades" criadas por você. Ah, se eu tivesse casado com fulano(a), hoje eu estaria assim ou assado; talvez eu vivesse melhor (será?); talvez a gente estivesse junto ou quem sabe teríamos tantos filhos e moraríamos em tal canto (?). Adianta não, gente. Puro sonho, ilusionismo. Vivamos o presente, amemos a nossa pessoa antes de mais nada e tentemos ser feliz com o que temos e com que somos. Se não estamos gostando de algo na gente, tentemos mudar,sempre para melhor. Mas também nada de buscar algo que pelo menos a curto prazo pode ser difícil, tipo quero ser rica, ganhar na loteria e nem jogar eu jogo; nem trabalhar eu trabalho e nem estudar eu quero. Quero conhecer alguém interessante e todas as minhas amizades são de pessoas que em nada contribuem para o meu crescimento, pois só querem saber de beber e farrear, não querem nada com nada. Ponhamos os pés no chão. Analisemos quem somos, o que precisamos mudar e nos amemos muito. Vamos nos assumir. Aí sim, estamos prontos para se abrir para um amor de verdade.  

terça-feira, 1 de março de 2016

Direitos

          A falta de cuidado com o outro é um negócio absurdo. E a justificativa é que é tudo automático. Se o banco te desconta mais do que o combinado, é porque foi automático. Se não foi repassado para você um email ou uma informação importante, é porque alguma letrinha deve estar errada e automaticamente a informação voltou ao destinatário. Mas mesmo quando se depende das ações humanas, usa-se esse argumento ridículo para se safar. E se não formos atrás dos nossos direitos, fica por isso mesmo e tchau!
          Todos nós temos direitos que não conhecemos. Se você for funcionário público, viúvo, portador de necessidades especiais ou se tiver feito seu ensino médio na escola pública, tem mais direitos ainda. De atendimento preferencial até compra de imóveis. Mas nós mesmo negligenciamos esse fato.  E assim vamos alimentando cada vez mais quem não está nem um pouco afim de reconhecer nossos direitos. 
          Depois de passar tanto tempo lutando com processos, com lutas judiciais desde a adolescência, cheguei à conclusão que tão importante quanto um bom médico e um bom mecânico, temos que ter ali à mão um bom advogado. Reconheço que não sou boa de briga, mas quero que meus direitos sejam reconhecidos e para isso prefiro que um advogado resolva. Mas um advogado decente. Não um ladrão de honorários, um aproveitador de nossa ignorância. Meus parabéns aqueles profissionais da lei que trabalham com decência, valorizando seu cliente. Ele é importantíssimo para que sejamos reconhecidos. E assim tenhamos voz e direitos cumpridos, como manda o figurino.