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quinta-feira, 16 de março de 2017

Das voltas que a vida dá

          A vida é um ciclo onde aquele local, aquele momento que já vivemos, pode voltar a ser vivido a qualquer momento. São fases, mas fases que circundam a nós e se formos um pouco atentos podemos perceber quando isso acontece. É um fenômeno que nos dá a oportunidade de melhorar, pois a partir do instante em que voltamos a viver aquela situação, podemos melhorá-la, consertá-la, corrigi-la. 
          Estava em meu escritório lendo a bíblia, vendo alguns trechos sugeridos bastante interessantes e de repente me vi novamente na casa da minha avó, onde passe uma parte de minha infância. Incrível com eu me senti lá, com o mesmo cheiro, a mesma luz, a mesma calmaria que a rua dela tinha naquela época. E não foi a primeira vez que senti isso e sempre que acontece, procuro ver o que está faltando eu fazer para me sentir bem. Não que hoje eu me sentisse mal, mas novamente fiz uma reflexão sobre como estava minha vó, por exemplo. É meio complicado de explicar, mas espero conseguir. 
          Às vezes algumas situações nos põem em contato com os nossos, com o nosso passado ou com algum problema ou momento feliz. Uma palavra, uma conversa, uma fala consegue nos conduzir até aquela lembrança de algo que muitas vezes está mal resolvido. Não necessariamente nos traz más lembranças, mas pode nos dar o privilégio de nos sentir bem de novo, como um momento vivido de felicidade e de paz. É nessas horas que devemos aproveitar esse ensejo e fazer uma avaliação de como estamos em relação ao que lembramos. Será que falei tudo o que queria falar naquele momento? Será que eu agi de maneira correta com aquela pessoa? Eu poderia ter vivido melhor aquela situação? Magoei alguém naquela ocasião?
          É tudo como um flashback, como um filme rápido que nos traz sensações de toda ordem. Colocamos-nos de novo ali, naquele dia, naquela hora para podermos analisar e ver se realmente vivemos corretamente, se agimos de modo digno ou se poderíamos fazer melhor. Aproveitemos essas sugestões do tempo para nos melhorar. Pensemos no que fizemos de certo para continuar fazendo mas não deixemos de lembrar do que erramos, para que possamos consertar enquanto ainda é tempo. Um dia, aquela(s) pessoa(s) que estava(m) lá conosco pode(m) não estar mais e não teremos mais a oportunidade de nos corrigir diante dela(s). 
          Então, prestemos atenção a cada dia, a cada gesto, a cada palavra. Vejamos se magoamos alguém, se realmente precisava ter falado daquele jeito ou se poderíamos ter agido de modo mais sutil, mais educado. Se vivermos muitas situações de modo errado, teremos que nos corrigir muito mais vezes e perderemos um tempo precioso, que poderia estar sendo utilizado para fazer o bem. Não ajamos com grosseria, pensemos que aquela agressão pode se voltar um dia contra nós e não vamos gostar. 
          Na dúvida, siga a dica: somente faça ao outro aquilo que você gostaria que fizessem com você. Peça perdão quando necessário, fale brandamente com quem esbraveja, não copie o mau exemplo. Quem faz o errado se desconcerta diante do certo e perde forças para continuar errando. Não se combate violência com violência, rancor com rancor. Combate-se a antipatia com simpatia, a grosseria com bons modos, a raiva com amor, a ignorância com paciência. Aproveitemos essas voltas que a vida dá para sermos melhores, fazendo o certo seremos melhores, indubitavelmente. Desse modo as chances de acertar aumentarão significativamente e a vida se tornará bem mais leve, fácil de ser vivida e feliz.  

segunda-feira, 13 de março de 2017

Cada povo tem o governo que merece

13/03/2017 18:18h 
O país todo está passando por uma crise sem tamanho. Muita gente está sofrendo por falta de emprego ou dinheiro curto. Acaba nos afetando também porque dependemos dos outros para ganhar um dinheiro extra, extremamente necessário todos os meses. Mas todo começo de ano é assim. No Brasil, parece que as coisas só andam depois do carnaval, olhe lá se não na Semana Santa. Estou decepcionadíssima com este país. Somo de uma extensão territorial gigantesca, mas a vida que os brasileiros leva difere em muito do potencial que essa terra tem. Somo tão ricos que mesmo sendo roubados desde a sua descoberta, ainda temos muito a oferecer.  
         Políticos e outras figuras públicas sempre se aproveitaram para comer seu pedaço, garantir o seu, desviando dinheiro de saúde, educação e de outros setores importantes. O que era para ser destinado a fim de aliviar a fome e a pobreza acaba nos cofres de bancos em outros países. E, com a cara mais limpa do mundo, pedem voto e apoio em todas as eleições, as mesmas caras lisas. Fazem reformas absurdas, criam leis que garantam seus privilégios e o povo se fodendo. O mais absurdo ainda é que, por uns míseros trocados, muita gente troca seu voto. E assim, continuam a eleger os mesmos caras de pau, dizendo que já que eles roubam, deixa ao menos ganhar 50 reais (ou menos). 
      Cada povo tem o governo que merece, que é sua cara. Não acredito em ninguém da classe política e não vejo como sairmos desse buraco, pois por mais que pareça, não existem super heróis, nem ninguém disposto a lutar pelo país sem ter grandes benefícios. Ah, o juiz tal não é assim. É assim sim. Hoje mesmo ele leva vantagens que ninguém vê, mas leva e vai levar muito mais se continuar o seu endeusamento. Ah, mas bom era na época do outro presidente. Mentira. Em todas, digo TODAS as épocas a corrupção rondou nosso país, sugando-lhe todas as energias possíveis. Ah, mas fulano rouba, mas faz. Grande conformismo, não é?  A que ponto chega a consciência de um povo que poderia ser e ter muito mais. Somos cabeças baixas, ainda que tentemos falar, pois quando um fala, faz-se de tudo para calá-lo. E somos contra o sistema até a hora de entrarmos nele, pois a aprtir do momento em que conseguimos alguma vantagem, começamos a agir de forma semelhante aos calhordas que nos comem pelo pé. Começamos a querer tirar o nosso pedaço do dinheiro público. Vê se algum político, ainda que tenha origem humilde, anda de metrô, com em outros países europeus? Vê se alguma figura pública tem um apartamento modesto MANTIDO PELO SEU PRÓPRIO SALÁRIO, como em outros países? Vê se tem alguém do poder utilizando um avião comercial, desses que todo mortal comum usa? Não tem! Porque a partir do momento que recebemos algum poder, a cerne da corrupção começa a falar mais alto e queremos esquecer nossas convicções verdadeiras, as que eram a favor de uma igualdade entre as pessoas.  
     Não falo que os outros países são a maravilha do mundo, mas estão a anos luz na nossa frente principalmente em termos de civilidade. Aqui, cidade limpa é uma exceção, que merece reportagem e exaltação, como se fôssemos animais que adoram estar no lixo. Sofremos de doenças há muito erradicadas em outros locais, como a dengue. Mas não somo capazes de ser higiênicos e organizados dentro de nossa própria casa, que dirá no espaço público. Por mais que alguém mantenha sua casa limpa, em ordem, não existem garantias de que o mosquito não vá surgir e causar um estrago, porque o vizinho não está nem aí se o quintal dele está cheio de poças de água ou pneus velhos. Esse egoísmo é o retrato de nosso atraso. E por causa desse egoísmo, não podemos sair de onde estamos, pois somente se caminha para a frente quando se pensa coletivo, em humanização, em preocupação com o próximo. Não é uma questão de religião. É uma questão de empatia. Quando começamos a nos preocupar com o outro, sentimo-nos bem e progredimos. Quando começamos a cobrar nosso direitos, estamos cobrando pelos direitos de todos e assim toda uma população pode se emancipar. Um pensamento tão fácil, um sentimento tão bonito e legal, não devera ser deixado de lado. Mas não, só pensamos no nosso pedaço, no nosso conforto. Ah, mas eu não maltrato ninguém nem meus empregados, pago direitinho e não exijo demais deles. Não faz mais do que a sua obrigaçãoQuem trabalha quer receber. Mas quantos canalhas existem por aí que exigem nosso sangue não nos pagam e nem dão uma satisfação, muito embora não queiramos satisfação e sim nosso pagamento.  
               Existem, claro, algumas organizações, movimentos legítimos, que buscam a valorização do homem, que cultivam bons hábitos e o respeito mútuo. Mas são tão poucos em relação ao tamanho de nosso povo que quando surgem são matéria de jornal, como se fossem exceções. Não é para ser tratado como exceção e sim como regra. O ser humano dispõe de tudo para ser bom, basta querer que o mal não tome conta de seu coração. E quando falo aqui de mal, nãme refiro somente a crimes, a barbáries. Essas, infelizmente, são exaltadas desde jornalecos sensacionalistas até grandes emissoras, que nem valem mais a pena assistir, pois tratam a violência como se fosse algo absolutamente normal. Dizem que se não fizer assim, não ganham audiência. É o cúmulo do absurdo. As boas ações e bons exemplos não garantem audiência, não atraem pessoas interessadas em aprender o que é bom. É o cúmulo do absurdo, total retrocesso moral ao qual nos acostumamos e que é tão difícil sair dele. Mostra toda a nossa pequenez de espírito, nosso conformismo imoral, que não leva a lugar nenhum.  
        Quantas pessoas você conhece que tentaram fazer algo de bom e foram caladas? Quantas dessas pessoas foram mal compreendidas, violentadas e até mortas? Quantas dessas pessoas continuaram a lutar e quantas delas desistiram? É fácil saber, todo mundo conhece alguma dessas pessoas, seja muito conhecida ou alguém da cidade ou bairro onde vivemos. Como disse antes, a exceção virou regra. O errado virou o correto e o bem é mal, um total falta de bom senso, algo tão simples de ser implantado,, mas tão difícil de ser praticado.   
      Só vamos crescer enquanto povo civilizado quando começarmos a pensar em NÓS ao invés de EU. Somente quando tivermos consciência de que somos capazes de lutar pelo que queremos e sermos o que quisermos. Quando ensinarmos às nossas crianças a serem honestas, leais e humanas, quando as repreendemos por bater no coleguinha ou quando quiserem por fina força um brinquedo que não é dela ou que não pode ser comprado. Somente quando cultivarmos bons hábitos, bom caráter e exterminarmos a corrupção e a desonestidade dentro de nossos próprios lares. Quando estivermos pensando no coletivo, aí sim, podemos sentar e conversar a respeito de futuro. Por enquanto, ainda não dá. É uma grande pena, mas ainda não dá. Quem sabe em uma próxima geração.  

segunda-feira, 6 de março de 2017

O quanto valemos

Já dizia meu sogro que se um homem tem dez reais no bolsa, ele vale exatamente dez reais. Eu achava aquilo um exagero, mas após ter ficado viúva e ter lidado diretamente com todas as contas da casa e também com certas pessoas, passei a dar razão a ele. Incrível como você só tem valor para outra pessoa se tiver algo material a oferecer. Já fiquei muito triste com isso, mas hoje tirei lições de algumas situações que vivi.
Enquanto eu andava livremente para todo canto, enquanto podia ir para festas de aniversário, jantares, praias e tudo o mais que o social exige, meu aniversário, dia das mães, dia da mulher, natal, ano novo, dia do amigo e qualquer outra data comemorativa era lembrada. Mas a partir do momento em que não pude mais acompanhar essa rotina e tive que ficar mais tempo recolhida em casa, as pessoas sumiram... somente ficaram perto de mim ou querendo saber como eu estava me sentindo aquelas que realmente gostam de mim independente do quanto tenho no bolso. Mas tudo isso serviu para que eu aprendesse algumas coisas;
1. todo mundo tem afazeres e as pessoas não vão largar suas rotinas para ligar perguntando como você está e muito menos vão tirar um tempo para lhe fazer uma visita. Isso é a mais oura verdade, sair da rotina é complicado demais para a maioria dos seres humanos, por isso não espere por elas.  
2. existem pessoas que se destacam no meio de tanta correria por parar um pouco e mandar uma mensagem de ânimo, uma ligação ou até uma visita. 
3. se você fizer ou disser algo que vá de encontro ao que as pessoas pensam as chances de você ficar isolado são maiores, ainda que seus gestos sejam bons para você e lhe façam feliz, além de não machucar ninguém. 
4. não espere nada de ninguém, mas não se martirize por isso, não se faça de vítima; o que você ganhar é bônus. Se você se vitimizar, as chances de ficar falando sozinho aumentam.
5. agradeça pelo que você tem e pelas pessoas que estão com você. Muitas vezes elas abdicam de projetos e vontades próprias para lhe ver feliz e não é justo ficar sobrecarregando-as com manhas e vontades absurdas, então, faça tudo de modo justo e coerente. 
6. identifique, dentro do seu mundo, da sua rotina, da sua casa, aquilo que lhe faz bem e tente reproduzir sempre, especialmente naqueles momentos em que a tristeza bate (ela vai bater uma hora). Não se deixe abater demais por sentimentos tristes. Viva aquele momento, chore o que tem que chorar, mas não viva chorando. Cada momento tem sua importância, sejam eles alegres ou tristes. Saber viver cada um é que faz a diferença e lhe dá mais experiência. 
7. NÃO ESPERE NADA DE NINGUÉM. Assim, o que vier de bom será lucro e o que não for bom não lhe atingirá, simplesmente porque você não está esperando que ninguém faça nada. 
Não sou a pessoa mais sábia do mundo, não sou guru nem aconselhadora. Mas gosto de partilhar o que penso e o que sinto, pois vai ver alguém precisa ler ou ouvir exatamente aquilo que estou dizendo, né? Aí já ganho o dia. 

Você vai ler?

As pessoas hoje em dia morrem de preguiça de ler. E o mais grave é que, em tempos de internet, emoticons e whatsapp, a preguiça de escrever também tem aumentado. É muito mais prático escrever psé do que pois é, vc do que você, fds do que final de semana. Será que é melhor mesmo?
Se você procura uma pessoa que goste de ler, nestes tempos difícil para a leitura, a identificação de como ela escreve é o primeiro passo a ser dado. Aqueles que não se contentam com essa nova realidade de escrita e prezam pelo bom e velho português, que não precisa ser arcaico, apenas correto, jamais vão se deixar levar pelo encolhimento das palavras e acabam se destacando em meio a tantas abreviações. Não é esnobismo não, é costume mesmo, é hábito. Sou de uma geração de só tinha livros e museus para fazer pesquisas escolares e quando havia algum assunto mais raro a se estudar tinha que se virar atrás de quem tivesse um maior conhecimento ou pedir a Deus que tivesse algo na biblioteca. e assim, aquilo que foi pesquisado ficava grudado eternamente na nossa cabeça e até hoje tenho comigo certos assuntos aprendidos na época. Hoje os pobres professores tem que ser detetives, pois além de exercer sua profissão tem que sair pesquisando de qual possível site seu aluno tirou aquela redação ou pesquisa. 
Não me arrependo ou lamento ter sido dessa geração considerada antiquada. Sei entrar e sair de qualquer roda de conversa sem passar vergonha. Continuo lendo tudo o que me cai nas mãos, como sempre, e assim vou formando opiniões, tendo ideias e me atualizando do que acontece no mundo. É claro que sou usuária frequente da internet, mas faço dela uma ferramenta que me ajude e consigo perfeitamente passar dias sem acessá-la. Afinal, temos que dar valor ao que temos ao nosso redor, desde livros, plantas, casa até pessoas, que, se não prestarmos atenção, de repente vão embora, como nossos pais, avós e tios mais idosos. Valorize o real. Você vive nele.