Dias desses inventei de tomar um medicamento pra emagrecer que estava sendo vendido pela metade do preço na internet. Ao invés de criar vergonha na cara e procurar fazer exercícios físicos e uma dieta legal, procurei (como grande parte dos mortais) o caminho teoricamente mais fácil. Mas se realmente fosse mais fácil e eficiente, com certeza metade das pessoas ou mais que procuram esses métodos tinham o problema resolvido. Ao chegar, vi que o tal "medicamento" era à base de cafeína e que eu devia me preparar para uma mudança revolucionária na minha vida, porque eu iria emagrecer mesmo! E para tal eu deveria me preparar tanto física quanto emocionalmente. Como já havia ingerido medicamentos e outras bebidas à base de cafeína, achei que não teria problema. As instruções eram bem claras: dois comprimidos, apenas e durante no máximo dois meses. Beleza. Todo mundo aqui em casa quis tomar, inclusive meus filhos. Graças a Deus eu disse na mesma hora que não. Tomei eu e meu esposo. Passou um tempinho, almoçamos e nada. Tudo bem. Depois de uns quinze minutos comecei a me sentir mais ativa, com mais energia e essa sensação foi se tornando mais intensa a ponto de me incomodar. Fui deitar um pouco e a sensação piorando. Comecei a suar frio. O coração acelerou, a pressão subiu e comecei a passar muito mal. De forma que fui parar no hospital. Muito mal mesmo. Mais uma vez estava naquela situação em que a fragilidade impera e achava que iria morrer (já havia passado isso em uma reação alérgica).
Senti a necessidade de fazer tanta coisa... O sentimento de que se fosse realmente morrer naquela hora eu poderia ter feito muito mais. E fiquei diante da nossa impotência e da certeza de que o ser humano pode ser considerado muito forte, como se apresenta em algumas situações, mas somos tão frágeis que jamais deveríamos ser tão soberbos e prepotentes. O orgulho reinante, a autoridade e falta de preocupação com o próximo nos mata lentamente e se não podarmos esses sentimentos, numa hora em que nos colocamos diante da morte física eles veem nos assombrar. O corpo humano é frágil, é algo que sucumbe a um gole de determinado veneno ou uma bala pequena. Então se quisermos enfrentar essa fragilidade e ficar bem na fita na hora em que podemos ir, plantemos as boas sementes. Façamos o possível para trilhar o bom caminho e chegar nessa hora com o corpo até frágil, mas com a alma plenamente fortalecida pelos bons sentimentos e sem arrependimentos por não ter feito nada bom, pelo contrário, chegarmos com a sensação do dever cumprido.
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